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Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008


Postado por Edson Vieira às 2:38 PM

"Na vida de um homem não há dois momentos de prazer parecidos, tal como não há duas folhas na mesma árvore exatamente iguais." Honoré de Balzac.

Nesses dias de carnaval oficial, aceitei o convite de M. J e Mml. S., para visitar novamente a charmosa e agitada Ilha de Florianópolis.
Seria algo como se eu buscasse alguma tranquilidade, alguma paz, tão rara em nossos dias.
Imaginar enorme congestionamento de veículos na pacata Ponta das Canas, por exemplo, poderia me fazer desistir de tão simpático convite.
Ou quem sabe, enfrentar uma longa fila de gordos banhistas avidos em degustar alguns camarões banhados em azeite.
(...???)
Mas, nada disso me demoveu da idéia de ir em frente.
Até porque "o homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo." (Balzac).
- Vou levar vocês ao Restaurante Ostradamus Ribeirão - a casa das ostras -, disse M. J., com o qual concordamos de imediato.
Afinal, nem eu nem Mme. M, haviamos, até aquela hora do dia ingerido qualquer alimento por força e pressa do motorista que - saindo de Curitiba às pressas, parou em frente ao mercado municipal de Florianópolis, num ato até, digamos, incomum.
Alguns minutos depois já estavamos passeando e admirando as fachadas dos antigos casebres e construções portuguesas do século passado, do bairro Freguesia do Ribeirão da Ilha. Essa comunidade é um conjunto de edificações coloniais até hoje muto bem conservados pelos moradores do lado sul da Ilha.
A localidade - com forte vocação para a pesca - se tornou grande produtora de ostras do Pacífico cultivadas com alta tecnologia.
Na entrada do restaurante Ostradamus pude observar um enorme aquário contendo diversas ostras do Pacífico em estado de depuração em água cristalina e oxigenada por força das tubulações indutoras de ar.
Garçons experientes usando quepes, modelo capitão da marinha, nos deram as boas vindas e um deles nos conduziu para a mesa 29 que tem vista de frente para a lagoa e para a espaçosa cozinha.
Todas as mesas com tampo de vidro tem arranjos temáticos em seus interiores. A que nos acomodamos tinha a temática das diversas espécies de conchas marinhas nominadas pelas espécies cientificas por uma placa de identificação. O cardápio bilingue é apresentado em forma de pergaminho.
Para a entrada pedimos ostras in natura ( R$ 22.00 a duzia) e gratinadas com molho béchamel ( R$23.00), além de uma porção de pastéizinhos de camarão (R$ 15.00, com 10 unidades). As ostras in natura frescas - apresentadas em cuba com gelo - estavam corretas no sabor, temperatura e textura.
Acrescentei gotas de tabasco, cometendo uma heresia. Mas o pecado foi perdoado pela perfeição do produto. As gratinadas foram muito bem apresentadas provocando semblantes de alegria e, logo em seguida, de prazer, superando inclusive a temperatura excessivamente alta entregue à mesa. Os pasteizinhos de camarão foram insufucientes. Delicados, saborosos, mas reduzidos em tamanho. Em seguida pedimos filé de linguado grelhado com camarões grandes grelhados e champignon , acompanhado com arroz, pirão e batatas noisette (R$ 85.00, generoso em quantidade). Veio numa longa travessa com os produtos dispostos de maneira a que pudemos nos servir sem atrapalhos.
Àquela hora do dia o restaurante já estava com todas as mesas ocupadas, inclusive algumas dispostas no trapiche alí existente, utilizado pelos que chegam com embarcações.
Nossa conversa girou em torno da vida do grande escritor francês Honoré de Balzac e seus estranhos hábitos. Um deles era o de consumir dúzias e dúzias de ostras diariamente, no horário matinal.
- Nunca teve problemas de gota ou reumatismo, afirmei, sem muita convicção.
(...)
Pedimos cerveja por causa da hora e temperatura externa. Havia somente duas marcas, Bavária e Sol.
M. J., pronunciou... "Sol", ainda em dúvida por causa da pouca oferta.
A primeira não fez espuma. O garçon retornou com outra em temperatura e condições adequadas de consumo.
Menos inseguros consumimos outras sem muito entusiasmo.
Sobremesas não constam no cardápio.
Mas Mml. S., pediu um pedaço de pudim de leite, que tinha avistado no freezer de tampo transparente.
Pedimos café, pagamos a conta e voltamos a passear pelas estreitas ruas de Ribeirão da Ilha, lugar onde o tempo acompanha as suaves batidas das asas das gaivotas.
Homenageio Balzac pelas suas infindáveis virtudes e por sua grande espirituosidade com um rico diálogo que transcrevo abaixo:

Lady Astor: - Se você fosse meu marido, Winston, eu envenenaria o seu chá.
Winston Churchill: - Se eu fosse o seu marido, Nancy, eu tomaria esse chá.
Honoré de Balzac

Serviço: Restaurante Ostradamus Ribeirão
Rodovia Baldicero Filomeno 7640 - Ribeirão da ilha
De terça a sábado das 12 as 23 h
Domingo das 12 as 18 h
Fone - (48) 3337-5711
Site - http://www.ostradamus.com.br/
Florianópolis - S.Catarina