Blog do Edson

Taverna medieval

Lembro-me da primeira vez que entrei no restaurante Baviera.

Não me pergunte quando, curioso(a) leitor(a), porque o tempo é implacável.

Minhas lembranças provocam grandes recordações.

Do ambiente, das companhias, das toalhas xadrez, das velas derretidas nas garrafas vazias de vinho português Mateus Rosé, dos aromas e das comidas.

Recordações de momentos valiosos que só servem hoje para gravações de depoimentos e ilustração de documentários sobre uma Curitiba do século passado.

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Mas não pense, carente leitor(a) que esse tempo não existe mais.
 
Ele existe e está bem vivo, mesmo depois da fobia dos fast-foods e da ganância dos novos restaurantes e da proliferação de novos Chefs (que sugem como os berbigões das areias da praia de Atami) e somem a qualquer movimentação do dólar, do euro e da bolsa de valores.

Fui ao Baviera na noite de sexta-feira, com termômetro marcando 5 graus.

É nesta taverna que se descortina o que há de melhor para se fazer em Curitiba depois da sessão de cinema, da peça de teatro, de reunião de homens, ou de uma sonolenta vernissage.

O maitre recebe a todos os cliente como velhos conhecidos criando uma sensação de familiaridade.
 
Me acomodei na mesa cinco tendo ao meu lado Mme. M.L..
 
Propus um brinde a chegada do inverno com um vinho Santa Helena Reserva, cabernet sauvignon.

Estava apropriado para o ambiente à luz de velas.

A pedida foi uma lasagna "Baviera", ao sugo com uma crosta de queijo provolone e polvilhado com queijo parmezão.

Veio em seguida... acompanhada de pequenas fatias de pão aquecidas ao forno passadas na manteiga.
A quantidade fora suficiente para duas pessoas.
 
Consumimos avidamente aquela refeição, entremeados por diálogos corriqueiros sobre a vida.

Casais se ocupavam de outras mesas.

Um grupo de senhores vestidos de terno e gravatas pretas reunidos numa mesa próxima pareciam confidenciar algum segredo longe das curiosidades profanas.

Mesmo alguns comensais mais exaltados e aqueles grotescos que usualmente falam alto, não alteraram o clima aconchegante do ambiente.

O Baviera continua impassível, conservador e receptivo.

O cardápio honesto pouco mudou e a carta de vinhos, pequena, satisfaz.

Serviço:
Baviera, Cantina e Pizzaria
Rua Augusto Stellfeld, 18.
Fone (41) 3232-1995
De segunda a domingo, 18h30 às 0h.
Capacidade: 120 pessoas
Curitiba - Paraná