- Tudo bem! Tudo bem!
- Me rendo a vossos apelos e concordo em ir à Festa da Saideira, disse de forma conclusiva para Mml. A, que havia me convidado, com certa insistência.
Combinei com Mme.M. e me toquei em direção a antiga estação de bondes de Curitiba, na avenida Visconde de Guarapuava esquina com a Barão do Rio Branco.
Local adequado com espaço suficiente para abrigar confortavelmente pelo menos duas mil pessoas. Os vinte bares concorrentes ao melhor petisco Bohemia, de Curitiba estavam lá representados em quiosques, com oferta dos respectivos produtos.
Entrei e recebí de uma gentil recepcionista um folder para pendurar no pescoço em forma de "bolacha" (daquelas que adequadamente devem ser colocadas como aparador de copos de chopp ou cerveja), contendo um mapa do local com explicações sobre a relação e localização dos bares concorrentes do concurso do melhor petisco, além da citação de toda a programação da festa.
Procurei um espaço para me acomodar, mas naquele horário de chegada, 19h, todas as mesas já estavam devidamente ocupadas pelos convidados.
Consegui cadeiras e me acomodei ao lado de Mme.M, Mml. A, e alguns convidados.
Em seguida fui em busca de uma cerveja sem antes passar pelo caixa onde troquei alguns reais pela moeda corrente - uma espécie de tarjeta com valores definidos (um, dois, e cinco).
Pedi uma Bohemia Confraria (R$ 6.00) que foi dividida em dois copos. Fria e adequada para a festa.
Fui em direção a um dos concorrentes - o Bar do Edmundo que inscreveu "bolinhos de camarão" (R$ 2,00 a unidade). Quentinhos, macios, delicados com aroma, sabor e alguns camarões. Foi, assim, consumido rapidamente por mim e por Mme. M.
Mme. E., me recomendou em seguida o "bolinho de mandioca com carne seca" do bar Casa Velha.
Não dei muita importância - de forma indelicada até - a sua recomendação porque estava mais interessado em outras ofertas.
No palco, o Trio Mocotó (Nereu "Gargalo", João Parahyba, e o multi-instrumentista Skowa) alegravam o público com suas canções.
Não satisfeito com o bolinho de camarão, me apressei em busca de alguns "bolinhos de carne" (R$ 1,00, a unidade) do Bar do Dante. Depois das primeiras mordidas descobri que com acréscimo de algumas gotas de molho de pimenta o tal petisco ganharia mais consistência em sabor. Fiz.
A partir daí ficou melhor, mas fui obrigado a sorver mais uma cerveja Bohemia, agora da qualidade Weiss (R$ 6,00), mais encorpada e sabor mais acentuado.
Por causa de grande afluxo de pessoas, decidí mudar de lugar, distante do palco onde se apresentavam os artistas.
Na mesa, Mml. A., nos apresentou mais um petisco: o do bar Paraguassú, que concorria com "ciranda de linguiça". Delicado e bem apresentado. Veio com rodelas de linguiça frita, alguns temperos e pimenta comari.
Perguntei para Mme.M:
- Quer provar outros petiscos?
- Sim, respondeu.
Tentei os tais bolinhos de mandioca com carne seca.
Não conseguí chegar perto do Bar Casa Velha por causa do aglomerado de pessoas, alegres ouvintes do Trio Mocotó.
Cheguei ao espaço do Bar Jacobina que se apresentou com "costelinhas de Adão" (R$ 7.00, quatro unidades). Tenras, saborosas, com uma espécie de molho barbecue, e sequinhas. São costelinhas de porco fritas com cobertura de côco ralado. Para mim, uma das fortes concorrentes.
Antes de apreciar os demais petiscos, o mestre de cerimônias anunciou a premiação:
Em primeiro lugar: Casa Velha, com "bolinho de mandioca com carne seca".
Pelos aplausos houve unanimidade na escolha.
Pensei:
-Porque não insistí em comer esses tais bolinhos campeões?!
Passada a cerimônia de premiação, subiu ao palco o grupo Mart'nália., que fez a festa.
Aquele espaço virou uma apoteose com todos os presentes dançando ao ritmo de sambas-canções, samba de raíz, vigorosa música brasileira da melhor qualidade. A filha do grande compositor Martinho da Vila (Isabel), completou com muita harmonia a festa do Boteco Bohemia.
Foi muito bem-vinda e encantou a todos com o ritmo que mais identifica e integra o povo brasileiro que é o samba. Grande intérprete, fez o público dançar até a meia noite.
Comi ainda, "testículos de touro", petisco do Bar do Ligeirinho, e por fim, mais umas "costeletas de Adão", do Jacobina.
Alegre e satisfeito tomei a saideira e fui embora, cantando "Cabide".
Serviço:
Bar do Edmundo
Avenida Erasto Gaertner, 1764, Bacacheri.
De segunda s sábado das 18h ás 24h. Fecha aos domingos.
Bar do Dante
Rua Conselheiro Carrão, 194, Juvevê
De segunda a sábado, das 07h às 23h. Fecha aos domingos.
Casa Velha
Rua Mateus Leme, 5981, Abranches
De segunda a sábado, das 10:30h às 02h.
Fecha aos domingos
Jacobina
Rua Almirante Tamandaré, 1365 - Alto da XV
De segunbda a sábado, das 11h´às 01h
Fecha aos domingos
Paraguassu
Rua Machado de Assis, 525 - Juvevê
De terça a sexta-feira, das 11:30h às 15h; das 18h às 23h; Sábado, das 11:30h às 23h. Domingo das 11:30h às 16h
Bar do Ligeirinho
Rua Carlos de Carvalho 120 - Centro
De segunda a sexta-feira, das 12h às 24h; sábado, das 11h às 24h.
Fecha aos domingos.