Blog do Edson

Comentários sobre comidas, bebidas e afins.


Havia uma fileira de mesas encostadas na parede, algumas com duas outras com três cadeiras. E, outra mesa ao lado oposto da entrada do restaurante, com três cadeiras. E foi nesta última que me acomodei, com Mme. M.L. e o professor, literato e jornalista, A.M.G. Haygert. O encontro foi inesperado naquele shopping Cristal, já que fui para lá por outros objetivos.

Do encontro casual a conversa derivou para questões outras tão ou mais importantes do que as primeiras. Entre interrogações, exclamações, reticências, uma breve interrupção para cumprimentar o Sr. e Sra. Monastier, que por ali passavam para atingir o destino final, isto é, o restaurante ao qual me referi.

 - Vocês continuam católicos? Questionou o curioso amigo, com uma ínfima dose de picardia.

- Sim, respondi, introspecto.

Vou à missa do Cristo Rei, aos domingos, e...

-Faço controle da diabetes, e como vocês sabem, esse mal faz reduzir o peso e exige alguns sacrifícios alimentares, e...

Ponderei que da ultima vez que nos encontramos o querido professor estava com alguns quilos à mais.

- Agora vejo que está com ótima fisionomia e com a balança sob controle...
E, aquela sua ex-secretária? Por onde anda? Perguntei.
- Ah! Ela continua mantendo contatos por telefone. Muito atenciosa... Você sabe que ela é muito disciplinada e...

- Sabia que Mme. A., sofreu um “derrame”? Está se recuperando no hospital...

Nova interrupção. Agora para observar alguns “socialites”, que em fila  acessavam ao restaurante com ar de que não queriam ser vistos.

Voltamos a divagar sobre a família, pessoas, fatos e as mais recentes novidades da cidade.

- Acabei de ver o filme Chocolat. ( Que trata do primeiro artista circense negro da França, que em parceria com seu colega Footit, alcança imenso sucesso em Paris, da Belle  Époque, antes que o dinheiro, a fama e o sucesso desgastem a amizade da dupla e a carreira de Chocolat). Disse o professor.

Sabe quem encontrei na sala? Mme. M. de Polanski.?!! Aquela que ...

E assim, transcorreu o inusitado e riquíssimo diálogo – que parecia seguir um script perfeito, de bons amigos com interesses comuns.

Sem ter a percepção do tempo - porque aquela conversa havia durado mais de horas -  o professor levantou-se apoiando uma das mãos  numa bengala e se despediu afetuosamente.
- ...
Olhei para Mme. M.L. e formulei o esperado convite:
- Vamos conhecer o Restaurante Coco Bambu?
- Vou pedir aqueles camarões crocantes envoltos em leve crosta de coco ralado, e... continuou ela, empolgada. Depois uma lagosta grelhada com molhos vários, e por fim uma cocada mole, igual às de Fortaleza.
- Não conte para ninguém sobre essas maravilhas, pediu ela.
Eu vou fazer “boca de siri”.

SERVIÇO
Restaurante Coco Bambu
Rua Comendador Araújo, 731 – Shopping Crystal
Batel, Curitiba - PR, 80420-100


Caminhava pela principal rua de Camboriu.
Pessoas com cachecóis, roupas de lã e até luvas.
E eu usando bermudas  e um moletom.
Achei aquilo muito estranho. Alguns inclusive olhavam com mais detalhes para ver se eu realmente estava vestido adequadamente.
Pensei:
- Humm!!! Estão se preparando para o pior. 
Nesta cidade litorânea não faz o frio da minha cidade. 
A temperatura estava amena, agradável para estes dias de inverno. Nada exagerado, e,  no  entanto,  jovens, velhos, cachorros... todos encolhidos.
???
Não me intimidei. 
Parti para o consumo de um sorvete artesanal de nome Rafaelli. 
Havia alguns sabores dispostos em uma vitrine vistosa. Pedi um de Amarula e um de côco.
Vieram. Cremosos.
O de Amarula foi uma emoção sem igual, pois estava delicado, suave, e com sabor excêntrico da fruta de origem sul africana.
Novos olhares de indignação.
Só faltaram me parar na rua por causa daquela ousadia. Caminhei despreocupado até chegar ao hotel onde me hospedei.
Alí, nova surpresa.
Havia um festival de comida Oriental no restaurante Sapore Speciale, anexo do Mercure Camboriu Hotel, da Rede Accor, onde garçons e auxiliares agitados  preparavam o ambiente para receber os convidados para jantar.
Mme. M.L., que me acompanhava ficou eufórica sobre aquela proposta.
- Vamos aproveitar, até porque  gosto de festivais. Há toda uma preparação, peixes especialmente frescos, sashimis, sushis variados  e alguns grelhados...
- Vou reservar uma mesa, concordei.
E, foi outra surpresa.
Os produtos em oferta – corretamente apresentados e frescos -  pediam  um bom vinho.
E veio um Marquês de Montemor, by, Dorina Linderman, rose, com uvas tempranillo e Alfrocheiro Preto, safra 2013.
Em temperatura adequada, apresentado corretamente pelo sommelier, Sr. Sérgio.
A combinação foi correta com o ambiente, com a música e com a temperatura externa.
Festivais, em hotel internacional como o Mercure são uma atração à parte numa cidade tão bela como Camboriu, em Santa Catarina.

Serviço:
Mercure Camboriu Hotel
Avenida Atlântica, nº  2010
88330012  BALNEARIO CAMBORIU - BRAZIL
Telefone : (+55)47/30569500 - Fax : (+55)47/30569500



Tão perto, e... tão longe.

É assim que observo a relação com os argentinos.

Perto, porque, com duas horas e vinte minutos de avião, ligam-se dois aeroportos (Afonso Pena, em Curitiba, com o de Ministro Pistarini, em Buenos Aires).

No entanto, tão longe nas praticas culturais, esportivas, educacionais, artísticas e gastronômicas.
Não irei divagar mais sobre esses assuntos enfadonhos, cansado(a) leitor(a).

Só irei abordar a simples questão da culinária e seus aspectos.

Por exemplo: sabias que o prato mais consumido entre os platinos é o bife à milaneza?

Ou, que a preferência nacional de lá é o amargo Fernett com suas mais variadas misturas, desde a coca-cola, passando por refrigerantes à base de limão?

Já experimentastes o corte de carne bovina grelhada muito conhecida por lá chamado “vazio”?

 - ???

Pensando assim, e de forma nostálgica até, convidei Mme. M.L., para conhecer um lugar onde, além de ofertarem carnes das mais variadas procedências, também servem alguns cortes especiais no próprio local.

Denominado Bull Prime Carnes Nobres.

Já passava das 14 horas, hora propicia para atender aos apelos do estômago.

Uma simpática escultura de um “garçom”, postado à entrada do estabelecimento nos deu as boas vindas.

Fomos encaminhados à mesa três, pelo eficiente gerente, Sr. S. Agostinini, que nos recomendou algumas entradas, gentilmente recusadas, pelo adiantado da hora.

- Vocês servem Vazio? Perguntei de forma incisiva.

- Sim. Temos esta oferta no cardápio, respondeu o gentil atendente.

Pode preparar uma peça de 300 gramas para mim, e a mesma quantidade, mas de picanha para Mme. M.L.,

Enquanto aguardava, comentei com minha acompanhante sobre as boas idéias de ambientações surgidas nestes tempos de lava jato. Simples, aconchegantes e sóbrios, como o local que estávamos. Alguns quadros nas paredes com informações precisas sobre cortes de carnes, outros de cervejas artesanais e, sobre as vigas de sustentação, cachecóis de clubes de futebol.
Coloridos.

Tive a nítida sensação de que estava no salão de churrasqueira de algum amigo... por causa do ambiente de descontração e aconchego.

Depois de alguns minutos, chegaram nossos pedidos.

Primeiro  uma Salada Brie, que consiste em fatias de queijo Brie, lascas de pêra passada na manteiga com mini folhas, tomates cereja e castanhas de caju.

Depois vieram as carnes, acompanhadas de farofa e uma terrine de legumes.

Partí avidamente para os primeiros nacos daquela carne que esperava remeter aos campos da Argentina. 
A experiência foi satisfatória. 
Provei o segundo, o terceiro e assim sucessivamente...
Pedi uma água San Pelegrino, gaseificada.

Passado poucos minutos e olhei para Mme. M.L.. Estava seriamente envolvida com seu pedido.

-Pode me ceder uma fatia de sua picanha?

-Sim. Respondeu.
Comi.

Estava macia e com o marcante sabor daquela peça tão desejada pelos brasileiros.
Continuamos a conversar sobre amenidades e eis que um ruído continuo atrapalhou nossa conversa. Vinha do ambiente ao lado e parecia sair de um radio à pilha. Percebi depois era musica sertaneja, dessas monosilábicas.

- Por que você se incomoda com isso? Esqueça e vamos pedir as sobremesas, disse elegantemente Mme.M.L..

Concordei. E, apontando para o cardápio, sugeri:

 - Vamos pedir churros com doce de leite, ao que foi aprovado de imediato.

Assim vieram depois de alguns minutos. Quentinhos, crocantes passados no açúcar e canela, próprios para mergulhar no pequeno recipiente de doce de leite, também pré-aquecido. Eram seis e foram consumidos de forma cadenciada.

-Podemos nos retirar?  Perguntou Mme. M.L., ao que respondi:

-Sim, antes, porém, vou visitar a exposição de carnes Black Angus, Wagyu e alguns cortes maturados à seco (Dry Aged), aqui ao lado.

(Sobre isso, voltarei ao Bull Prime para apreciar essa ultima novidade, )

SERVIÇO
Bull Prime Carnes Nobres
Avenida Silva Jardim, 3813
Fone (41) 3030-4446

contato@bullprime.com.br
A intuição.
Essa bela e jovem senhora que sempre nos persegue e nos conduz para os lugares jamais imaginados. Assopra em nossos ouvidos e faz com que caminhemos para onde não queremos ir (muitas vezes), apenas para nosso deleite. E nos remete a surpresas.

A intuição está dentro de nós, mas muitas pessoas insistem em ignorá-la.

Com esta vã filosofia,deixo a seu critério, caro(a) leitor(a), a imaginar o quão melhor seria se todas as pessoas ouvissem atentamente as suas intuições. O mundo certamente seria bem melhor, mais alegre e mais feliz.

Assim estava a refletir sobre a vida quando ouvi uma voz delicada, feminina:

- Vamos conhecer um novo restaurante. Fica para os lados do Batel e servem grelhados aos moldes argentinos. Com massas. Denominado Montecristo Restaurante.

Era Mle. H., que gentilmente argumentou que seria importante a minha presença pelo fato de que teríamos as honrosas companhias de Mme. E. e Mr. C. de Oliveira, que vieram de Tabuleiro (CE) e Recife (PE) em atividades profissionais, e gostariam de conhecer a nossa culinária, do Sul.

Franzi minha testa só em pensar que um “novo” restaurante iria me fazer movimentar e sair do conforto daquela sala com temperatura amena, diferente destes dias de verão.

Consultei minha intuição, e o que ela me disse?

- Vá.
- ?!
- Respondi ao gentil convite com um meneio de cabeça, mas ainda desconfiando da resposta rápida e afirmativa de minha intuição.

Às 19:30hrs, horário combinado, estava na frente do local, na rua Silveira Peixoto, próximo da Praça do Japão.

Me acomodei numa mesa ao fundo e visitei o cardápio. Estava didático. Observei uma atraente adega com generosas ofertas de vinhos. Mas, pelo calor desses dias decidi por cerveja, sendo acompanhado por Mr. C.. 

O garçom me apresentou algumas fatias de pães para acompanhar um creme de queijo, azeitonas, molho chimichurri, e uma salada de folhas com tomates ao molho de maracujá. Veio em seguida costelinha grelhada.

Mle. E, pediu suco de limão batido e Mle, H., água.

As novidades do local aguçavam o diálogo. Soube, por exemplo, que o diretor do estabelecimento, atuou por quase uma década na churrascaria mais conhecida de São Paulo e que mantém filial em Buenos Aires, para onde permaneceu por outros tantos.
Senhor Rodrigo disse que para ampliar os conhecimentos sobre os assados, registrava em fotos as peripécias dos argentinos, “por que eles procuram guardar seus segredos na arte dos grelhados”.
Diante de tanta curiosidade pedi para apurar os assados e nos apresentar.
Veio uma seleção de carnes Premium: Baby Beef, Beef de Chourizo, OjoBeef, e Beef Tango, acompanhados por um arroz biro-biro e uma farofa feita com cuscuz, ovos, bacon e alguns outros segredos, denominada de Farofa Montecristo e um risoto caprese.

Aos poucos as ofertas dispostas à mesa foram sumindo. Foi possível experimentar todos os itens, cadenciados. As carnes grelhadas estavam macias e equilibradas com o sabor que remetia aos verdadeiros assados das terras do presidente Mauricio Macri.

Quando já estava me dando por satisfeito, vieram as sobremesas:
Creme Brulee cítrico,pannacottaclássica com frutas vermelhas, panqueca de banana com laminas de amêndoas , torta de chocolate belga e sorvetes de creme.
Foras avidamente consumidas.

Os diálogos continuaram derivando para os regionalismos e suas riquezas.
Por fim, após um café, o Senhor Rodrigo nos convidou a conhecer os demais ambientes da “Casa”, com a disposição para acolher bons eventos e grupos seletivos.

Conclui que a minha intuição estava certa.

Serviço
Montecristo Restaurante
Rua Silveira Peixoto, 765,
Fones41-3042-4212




 

Tentava por todos os meios fugir do intenso barulho provocado por centenas de crianças e seus pais aflitos ocupados nos diversos espaços daquele Hotel e Resort – que eu esperava descansar.

A experiência trágica do “café da manhã”, servido para quase mil pessoas me causou um trauma que somente seria curado num ambiente sóbrio, discreto e generoso, em algum esforçado restaurante distante daquela "praia".

Mas, onde encontrar tal oásis neste inicio de ano. Em plenas férias escolares?

Depois de uma tarde de clausura como fazem os vizinhos argentinos com sua famosa “siesta”,  lembrei-me que estava muito próximo do Hotel Bourbon. E, recordei que lá há alguns ambientes com a descrição de meus sonhos...

Convidei Mme. M.L., para uma breve caminhada com um único objetivo: provocar um dos meus instintos mais íntimos que é a fome, aliado com a necessidade incomum de descanso e silêncio. 

- Prepare-se, exclamei à minha gentil acompanhante !

“Ainda faz mais de 30 graus, mas quando chegarmos lá, certamente haverá um generoso ambiente climatizado e, as ofertas de comidas atingirão nossos objetivos”.
Não era perto, nem longe, mas prometi à Mme. M.L., que voltaríamos de taxi, por diversos motivos, entre eles o calor daquela região.

Já no hall de entrada encontrei Mr. A. Vezzozo, eficiente diretor da rede que gentilmente nos acolheu.

Justifiquei minha presença e aflição em busca daquilo que havia descrito acima.

De imediato questionou ao seu “maitre”, sobre o cardápio ofertado no jantar.

- Camarões flambados, disse o “chef”, solicito.
 Nos dois restaurantes: No Tarobá e no Naipi Coffee Shop.

- Viu !?, me referindo à Mme. M. L., agora poderemos por algum período voltar ao normal...

E assim transcorreu algumas horas naquele ambiente climatizado, discreto e silencioso. Mesmo com a presença de alguns atletas de um clube de futebol de Curitiba.

Os camarões flambados vieram de forma correta. Juntei à eles um risoto de fungi e alguns legumes passados no vapor.
Consumi de forma cadenciada aproveitando aquele ambiente.
Para encerrar um corretíssimo pudim de claras com frutas cristalizadas. 

O Hotel e Resort Bourbon Cataratas ocupa uma área total de 165 mil m². Oferece completa estrutura para lazer e negócios em perfeita harmonia com a natureza exuberante da região.
Voltamos de táxi ao nosso hotel com a certeza de que retornaremos ao Bourbon.

SERVIÇO
Bourbon Cataratas Convention e SPA
Avenidas das Cataratas, km. 2,5, nº 2345
Fone: (45) 3521 – 5900
Reservas.catratas@bourbon.com.br