Encantado pela beleza arquitetônica adentrei ao recinto procurando pela bilheteria daquele imponente Teatro, num dos lados da Praça Independência, no centro histórico, em Montevidéu.
O Teatro Solís, faz
parte da cultura do país, com intensa programação, desde a sua inauguração em
1856. Referencia na arte e na cultura da América do Sul, juntamente com o Teatro
Cólon, de Buenos Aires, com estilo neoclássico projetado pelos arquitetos
Carlos Zucchi e Victor Rabu. O Teatro Solís tem capacidade para, pelo menos 1500 lugares.
No final daquela tarde, na ultima semana de
abril, adquiri dois ingressos para assistir a atração da noite: Gran Gala de Tango.
Aguardei, juntamente com Mme. M. L., o momento
para adentrar àquela sala de espetáculos com a Orquestra Filarmônica de
Montevidéu à postos.
Abriram-se as cortinas.
O diretor e maestro Martín García nos
convida para o show de apresentação da Orquestra e seus convidados. Ao piano,
Álvaro Hagopián; bandoneones, Néstor Vaz, Martin Pugin, Sergio Astengo e Abril
Farolini; guitarra, Julio Corbelli; e os bailarinos Frederico Garcia, Mercedes
Fariña, Camila Rocha e Kelvin Cal.
Foram apresentadas também algumas inserções como Taconeando, Pedro Maffia (1899-1967) y José Horácio Staffolani (1898 -1968); Recuerdos, de Osvaldo Pugliese (1905-1995) y Eduardo Moreno; e, Canaro em París, (Juan Caldarella (1891-1978) Alejandro y José Scarpino (1904-1970), com a apresentação especial do guitarrista uruguaio de tango e folclore, Julio Cobelli.
No encerramento houve
apresentação de quatro obras, a saber:
Galas de Tango
(Franco Polimeni); Mi vieja viola, de Humberto Correa, a voz de Valeria Lima Balada para um loco, de Horácio
Ferrer y Astor Piazzolla, na imponente voz de Valeria Lima, e Danzarín
(Julián Plaza).
Foram quase dez minutos de aplausos. Sob forte emoção o sangue rio-platense correu mais forte em minhas veias. Difícil não conter as lágrimas, de muita alegria e felicidades por ter presenciado um momento de rara beleza, de encantamento e grandes recordações. Afinal, as músicas executadas foram em sua grande maioria compostas ainda no século passado.
Saindo da majestosa
sala do teatro nos deparamos com o Allegro Café, no hall da Sala Zavala Muniz,
onde fizemos uma pausa para nos recuperarmos da exuberância com que fomos brindados.
- Dois cafés com media
luna, e nada mais, disse.
Saimos caminhando
tranquilamente deixando para trás o Teatro Solís ainda iluminado, bem
próximo da Puerta de la Cidadela, na Praça da Independência, onde convidei Mme. M.L., para jantar.
- Que acha de almoçarmos
amanhã no Mercado del Puerto e em seguida, tomarmos um café com alfajores, disse Mme., ainda meio extasiada pelo que
acabara apreciar em Montevidéu.
- Combinado.
SERVIÇO
Teatro Solís
Calle Reconquista S/N,
esquina com Bartolomeu Mitre, 11000
Montevidéu - Uruguai