Blog do Edson

Comentários sobre comidas, bebidas e afins.


O dia era de sol.

Combinei de almoçar em um lugar próximo, que pudesse caminhar e apreciar as cores da primavera.
Lembrei de um novo restaurante com apelo para a gastronomia, com o nome shakesperiano de Cordélia.

Caminhei pensativo:
- Será que haverá surpresas?

 Fui, interrompido por latidos e mais latidos vindos do interior das casas próximas ao estabelecimento.

Também pudera!!!

Em frente há uma dessas que abriga animais solitários que vagam pelas ruas do bairro. Muitos, e barulhentos, e ...

Bem, curioso leitor. Não é o momento adequado para detalhar o que se passa com aqueles infelizes quadrúpedes.

Adentrei e me acomodei na mesa 26.

Após uma breve ambientação, recebi a inesperada presença de Mme. M.T., uma conhecida que acabara de consumir um sorvete.

???

- Viajo muito, e na minha ultima incursão, num navio, trouxe para casa, sabem o que? PERCEVEJOS !!!
- Aqueles malditos bichinhos que picam nossa sensível pele e nos incomodam muito. Tive que contratar um serviço desses que acabam com essa praga – disse indignada.

Mme. M. L., e Mle. H., que me acompanhavam, fizeram alguns gestos meio incompreensíveis, mas, indignadas pelo inusitado da conversa, permaneceram impassíveis.

- Mas estou planejando novas viagens, afirmou Mme. M.T., de forma persistente.
E, assim, se despediu.

Enfim, desfeita a curiosidade, partimos para os pedidos.

Para mim e para Mme. M. L., bisteca à milanesa, com purê de batatas.
Mme. H., pediu um salmão grelhado e seus complementos.

Vieram, depois de alguns minutos.

Vistosos.

Nas primeiras garfadas, silêncio.

Questionei, Mme. M. L..

- O que achou?

Está macio, crocante. O purê está cremoso. Mas..., o cozinheiro quase errou a quantidade do sal.

Continuamos a consumir aquelas porções.

 Pedi para provar o salmão.

- Mas você não gosta de salmão, disse a zelosa Mle. H..

Gosto de salmão do Norte. Esses de “fazendas” chilenas estão sob suspeita, esclareci.
Depois de provar, conclui:
- Está bem feito, mas o gosto continua muito acentuado.

Continuamos falando sobre amenidades, intercalados pelos barulhos estridentes dos latidos vindos dos diversos animais irrequietos, das casas vizinhas.

Provamos os sorvetes, que estavam adequados.

Conclui  que é insuportável conviver com vários animais mal cuidados nas vizinhanças de um bairro como o Cristo Rei.

Vamos promover um manifesto, disse a gerente do estabelecimento.
- Sim.
Mas recorrer a quem?

Serviço
Cordélia Gastronomia
Rua Oyapock, 213
Curitiba - Pr
Fone: (041) 3209-0742


O convite estava afixado no elevador:

“Seafood Buffet Night”

“Desfrute de uma variedade de frutos do mar que caracteriza. Ostras frescas, com especialidade Mariniere mexilhão, do camarão de rio, autêntico salmão defumado, sushi e sashimi variados, frutos do mar gourmet e muito mais.”

Aquilo provocou os melhores pensamentos  e imaginações.
 - Será verdade?
As dúvidas seriam dissipadas horas depois, quando adentrei ao salão do The Square  Restaurant, do Novotel Bangkok on Siam Square.

Caminhei vagarosamente entre as ilhas de ofertas e as mesas do  buffet, até me acomodar na mesa 5, ao lado da janela e em frente ao grill. O gentil atendente me ofereceu uma taça de vinho branco “chadornay”, gelado como convém.

Sem muito o que esperar, parti para as primeiras incursões. Alguns nigirizushi de atum, uramakis,  sashimi de salmão defumado, alguns nacos de peixe marinado e cobertos com gergelim, shoyu e wasabi.

Foram todos consumidos rapidamente, com a percepção dos sabores acentuados e frescos. O wasabi – que conhecemos –  é um tempero em pasta verde, feito da planta wasabia japônica, sendo cultivado na região de  Amagi, na península de Izu, Shizuoka, Hotaka e Nagano, no Japão. Se espalhou por todas as regiões do hemisfério.

Coloquei uma porção generosa de wasabi em um dos sushis e consumi.

Estava muito forte aquela pasta, mas com sabor extraordinariamente delicado.

Numa segunda incursão, camarões de rio e mexilhões. Delicados.

Na terceira, uma porção de garoupa grelhada sob a minha supervisão, acompanhada com um molho agridoce, levemente apimentado. Deliciosa.

Na quarta incursão, um passeio por um balcão com diversos ensopados. Lulas, polvos, ostras, noodles, frango tailandês ... (?)

Parei e pensei ( consegui pensar depois de tantas opções consumidas):
Vou conseguir consumir uns nacos de frango tailandês?
Já no prato me acomodei à mesa e aos poucos fui consumindo aquilo. As partes internas de minha boca sentiram imediatamente os efeitos do molho que cobria aquele frango. Apimentado, com sabor exótico e macio.

O maitre percebeu as dificuldades deste iniciado e ofereceu mais uma quantidade de vinho e a reposição da água.

Passada a fase da curiosidade, ainda foi possível consumir alguns lagostins.

Quando tudo parecia terminar, passei pela ilha dos doces, rapidamente, mas com um prato novo em mãos, consegui acomodar uma mousse de café, e uns docinhos exóticos que agora não lembro o nome, com uma generosa porção de açúcar cristalizado molhado e... apimentado.

Tomei um cafezinho e fui caminhar pela rua Siam.

Serviço
The Square Restaurant
Novotel Bangkok On Siam Square
392/44 Rama I Road
Pathumwan Bangkok 10330, Thailand

Aberto para jantar das 18:00 hr às 2200 hr
Pergunto:
Existe algum segredo na confecção de um sanduíche misto quente?
 
Respondo:
Não há qualquer segredo.

É muito simples.
 
Qualquer pessoa em sã consciência faz.
 
Basta dispor de alguns bons  ingredientes  quais sejam:
Um pão francês, uma generosa fatia de queijo de boa origem (Ementhal, gouda ou assemelhados), uma fatia de presunto fresco, também de boa procedência, manteiga e um forno elétrico, ou grill.
 
Questiono ao curioso leitor:
 
Tem algum segredo?
 
Muito bem...
Entrei numa dessas renomadas padarias, chamada Requinte, e pedi um misto e um refrigerante com gelo, objetivando saciar um dos meus instintos mais simples: a fome.
Mme. M.L,  que me acompanhava, juntamente com Mle. H., e Mr. D. de Somer,  também fizeram seus pedidos sem, no entanto,se aventurarem  no extenso cardápio de sanduíches, saladas e  outras atrações insossas e caras.
 
Os jovens pediram sucos.
 
Mme. M.L., também pediu um misto quente, adequado pela hora da tarde.
 
Vieram.
 
O meu com queijo (?)  derretido em suas bordas, sem corte central no pão, banhado em óleo. O da minha acompanhante, igualmente encharcado naquele liquido amarelado que sai da massa de queijo.
 
Após análise detalhada e sem outras opções _ porque o garçon rapidamente se afastou diante do meu olhar de surpresa – parti para o consumo.
 
Não estava bom.
 
Refleti:
 
- Há um entra-e-sai de pessoas aqui. O local é famoso e a cozinha não dá conta de tantos pedidos.
 
Ou:
Erraram somente o meu e da indefesa Mme.
 
Ou ainda:
Faltaram alguns funcionários e fizeram os dois mistos quentes, de qualquer jeito...
 
Enfim:
 
Busquei, em silencio, diversas conclusões para me consolar e acalmar os ânimos dos que me acompanhavam naquela infeliz tarefa.
 
Para agravar tal situação, um casal sentado ao meu lado, confessava em altos decibéis as aventuras amorosas com seus primeiros namorados (as).
 
Pedi por fim alguns sonhos recheados com doce de leite – os melhores da cidade, objetivando alegrar um pouco aquele ambiente.
 
- Garçom, traga-me alguns sonhos recheados com doce de leite, por favor.
 
O garçom voltou da cozinha e me disse em voz baixa:
 
- Não temos mais os de doce de leite.
 
... (????)


SERVIÇO
PADARIA E CONFEITARIA REQUINTE
Rua Recife, 34
Bairro Cabral
Curitiba – Paraná



A conversa girava em torno da compra de uma mesa de jantar que pudesse abrigar  seis cadeiras . Mle. T. Grein já havia pesquisado alguns modelos e me convidou para acompanhá-la até a loja que estava ofertando tal objeto.


Entendo que minha opinião seria de fundamental importância uma vez que sou  observador das coisas que giram em torno de uma boa alimentação e congraçamentos.
E, convidei de imediato, Mme. M, para que nos acompanhasse em tal aventura.
Chegamos ao endereço combinado.

Contei para minhas agradáveis acompanhantes que certa vez, um estimado professor, chamado Francisco, havia me confidenciado que naquela loja de móveis havia um Café onde serviam empadas delicadas vindas especialmente de São Paulo. Fabricadas pela Granossanto, localizada na Vila Clementino.

De imediato esquecemos a tão comentada mesa e as seis cadeiras e nos acomodamos num pequeno espaço no interior da loja Tok & Stock , chamado Café Design.

- Vocês servem empadas ? Perguntei à atendente.

- Sim, temos apenas três, duas com recheio de frango e uma com recheio de palmitos, respondeu, e complementou:

- Temos mais algumas ainda  no forno.

- Então nos sirva estas e reserve as outras para depois de nossas compras, argumentei.

Vieram.

Delicadas, sorridentes e quentinhas, tais como devem ser, para nosso delírio.

Sei – caríssimo(a) leitor(a) – que empadas não sorriem, mas, aquelas estavam tão acessíveis e únicas que para a minha felicidade... estavam sorrindo.

Avancei discretamente sobre a de frango.

Causou-me um prazer momentâneo.

A delicadeza da massa “podre” aliada ao recheio levemente temperado e sutilmente salgado foi a combinação perfeita para aquele momento.

Ouvia alguns sons do tipo “humm”, a “minha extá uma dlicia”, ou “dos deuses”!!!, sem decifrar o que realmente falavam Mme. M. e Mle. T..

Passada aquela fase desconcertante, voltamos ao normal.

- Agora vamos ver aquela mesa anunciada, com as seis cadeiras, disse com ar determinante Mle. T..

- Vamos sim, concordou Mme. M..

- Sim, mas voltaremos para consumir outras mais, conclui em voz alta para que a atendente ouvisse e  permanecesse alerta.

SERVIÇO

Tok & Stock
Rua Capitão Souza Franco, 753
Bigorrilho - Curitiba - PR
CEP: 80730-420
Tel: (41) 2111-7200 |
e-mail: tokctb@tokstok.com.br


Horário:
2ª a Sábado - 9h às 22h
Domingo - 12h às 20h
Não me agrada festivais gastronômicos.

São enfadonhos. Cansativos.

Prefiro os restaurantes que usam produtos da estação com gostos e cheiros característicos.

Ainda nesta semana e na outra que vem, há um deles.Com todos os requintes e visuais para atrair as pessoas, pobres mortais e outros nem tanto.

Sabendo dessa incomoda movimentação contei para Mme. M.L. um sonho gastronômico que tivera na noite passada.

- Sonhei que estava comendo camarões, grandes, crocantes, descrevi.

- Não existe camarões crocantes, disse-me, com ar incrédula. Só se for frito com cascas...

Ao que retruquei:
- Eram grandes, cobertos com uma leve crosta de queijo parmesão ralado !!!

- Ah, sim, respondeu ela, entendendo aquele delirante relato.

- Então. Já que estamos falando de crustáceos crocantes, que tal irmos ao Bistrô do Victor?

- Lá servem comidas bastante atraentes, tem uma boa carta de vinhos, e...

- Espere, disse, mudando o tom de voz. Esse lugar que você se refere está na relação dos restaurantes, aqueles dos festivais que...

-Sim, mas vamos lá conferir. Vai que...

Após essa breve conferência, chegamos ao local definido, sem reserva de mesa.

- Peço que aguardem alguns minutos, recomendou o gerente da casa. 
- É que como fazemos parte do movimento da semana dos restaurantes de Curitiba, as mesas estão todas ocupadas e...

- Viu. O que falei. Esses festivais atrapalham nossa vida, resmunguei.

Foram só alguns minutos e nos acomodamos numa mesa confortável.

Pedi a oferta número 1 do "Festival" que consiste em uma entrada, prato principal e sobremesa.

Era uma Mesclum de folhas  com escabeche de camarão, que confesso, supriu em parte os desejos manifestados em meu sonho da noite anterior. Os camarões estavam leves, macios, e as folhas frescas.
Minha acompanhante pediu a opção 2, com entrada de  mesclas de folhas frescas com palmito, tomate cereja, nozes carameladas e creme de aceto balsâmico. 

Os tomates vieram muito tímidos, porque a fase não está favorável para o consumo desta fruta, nesta época do ano.

Depois veio a atração da "festa".

Para mim, Polvo à espanhola na brasa, couscous marroquino com quinoa e pesto de azeitonas pretas.

E, para Mme. M.L., a opção dois que consiste em um generoso linguado havaiano, grelhado, com molho de camarões passados ao curry, leite de côco, uvas thompson e spaghetti passado na manteiga.

Os meus tentáculos estavam generosos, macios, com leve sabor defumado, com boa combinação de couscous marroquino com quinoa. Mas, o que deveria ser uma perfeita combinação com o pesto de azeitonas pretas acabou sumindo no prato, porque a minha porção ficou reduzida a alguns filetes do molho.

Pedi para experimentar o linguado de Mme. M.L.. 

Estava correto com leve sabor amanteigado.

As porções eram generosas, adequadas e o atendimento estava perfeito, mesmo com todas as mesas ocupadas.

Por fim, a atendente nos trouxe as sobremesas.

O meu sorvete de queijo com molho de frutas vermelhas estava com uma combinação correta, adequada para o que veio antes.

E, a sopa de chocolate com morangos da minha companheira estava muito interessante e foi consumida rapidamente.

Fechei a conta e saimos para caminhar naquele shopping.

- Você concorda que festivais tumultuam a vida das pessoas? Perguntei.

-  Sou a favor de festivais, disse ela.


SERVIÇO:

Bistrô do Victor
Parkshopping Barigui
Espaço Parque Gourmet
Fone (41) 3317-6920

  
Sempre que posso visito o Mercado Municipal.

Na semana Santa não foi diferente.
Lá havia tanta oferta de bacalhau que me deu a impressão que a Noruega era aqui.
Tinha até bacalhau vindo da China !!! Acreditem.

A atração dessa festa era o bacalhau Porto dessalgado, congelado e pronto para consumo.

Respeitei a sexta-feira da Paixão.

Fiz um breve jejum e inclui aí, algumas lascas do tipo Porto, com legumes em azeite de oliva grego.

No sábado, já refeito, voltei ao normal.

- Vamos a uma churrascaria, convidei com ar de alegria Mme. M.L, que prontamente respondeu com um meneio de cabeça.

E, indicou: para os lados do Batel tem algumas de boa qualidade, mas pecam pelo preço.
...

Vamos conhecer a nova Churrascaria Badida, pensei.

Sem reservar, havia poucas pessoas na lista de espera.

Me encostei no balcão e em poucos minutos a atenciosa concierge nos encaminhou para uma mesa ao lado da imponente adega climatizada.

O  atendente nos ofereceu as entradas que consistem em azeitonas, cubos de manteiga, pequenas batatas cozidas e temperadas, beringelas, salada de cebolas, farinha, e uma travessa de folhas com tomates, cenouras e pepinos crus.

As ofertas de carnes são generosas com fotos tentadoras no cardápio.

- Que tal uma picanha, arrisquei?

Novo sinal de concordância de Mme. M.L.

Para minha surpresa, veio crua, estendida em uma bandeja de inox, com a capa de gordura branca para cima e a carne rosada. Uma visão quase virtual, de sonho, só rompida com a voz do garçon me questionando se a peça estava de acordo e de como gostaria de recebê-la depois de pronta:

- Ao ponto ou mal passada, perguntou?

Acordei, depois de alguma fração de segundo, salivando, e disse:

- Grelhada...

Veio, delicadamente macia, pouco sal, como convém, e levemente defumada por causa da fumaça da grelha.

Devorei os dois primeiros pedaços avidamente com a gordurinha lateral quase crocante.

Depois mais dois, com farinha e saladas.

Nesse meio tempo nos foi servida a travessa de batatas fritas infladas – iguais as que são ofertadas nos restaurante de Buenos Aires.

Por fim mais duas fatias, ainda tenras, quentinhas e macias.

- Melhores do que aquelas que você faz... balbuciou Mme.M.L.

Até aquele momento tinha a firme convicção de que fazia uma boa picanha.

Comentei com o garçon sobre a maciez e delicadeza da carne. Prontamente me convidou para conhecer a grelha em estilo uruguaio, com inclinação de 45 graus onde se preparam os assados.

Me convenci de que estão aptos a continuar preparando carnes de acordo com a tradição e costumes do hemisfério Sul.
E, terei que melhorar meus conhecimentos sobre assados.

As ofertas de sobremesas são tentadoras.

Me limitei a um cafezinho servido com dois nacos de muffins.

Sai daquela casa pensando comigo mesmo... tenho que retornar a escrever sobre comidas, porque é necessário.

SERVIÇO:

Churrascaria Badida

Rua Sete de Setembro, 6045, Seminário, Curitiba, Paraná

Fone (41) 3243-0473

Atendimento de segunda a sábado, almoço e jantar. Domingo, almoço.

Ambiente climatizado.

Estacionamento com manobristas











Acordei com diversos pensamentos hoje.
Deixei os maus e forçei acreditar que as populações do mundo são felizes.
Os jornais dizem que os países estão em festa.
Populações comemoram seus feitos heróicos - pós futebol - com manifestações públicas.
Na Coreia do Sul, no Japão, na Holanda, no Uruguai, no Paraguai e até no Chile que sofreu agressões da natureza recentemente.
Na Espanha, então... ainda é feriado. São campeões.
No Brasil o foot ball, inventado pelos ingleses, não empolgou.
Na França é feriado, hoje, por causa da revolução do proletariado.
Pensando assim, fui almoçar no Babette Café, que fica na Aliança Francesa, tradicional escola do idioma mais elegante do mundo.
Ambiente simples, aconchegante e discreto.
Convidei Mme M.L. e Mme L..
Havia reservado uma mesa por ser o local pequeno e concorrido.
Ao nosso lado um alegre grupo de dirigentes da Câmara de Comércio França-Brasil. Havia musica ambiente. Tão discreta quanto agradável, como convém.
O cardápio já estava definido para homenagear a data nacional da França composto assim, pela ordem:
Entrée
Mini sanduiche Baudelaire (que vem a ser pão preto com mostarda Dijon e Shitaki na manteiga temperada) sobre salada verde, tomates cereja, gergelim e azeite aromatizado.
Plat
Confit de Carnad (pato confitado), com purê misto de batatas, ervilhas tortas e abobrinhas refogadas com azeite da casa.
Dessert
Creme Brûlée de baunilha do Egito e Verrine de mousse de chocolate com frutas vermelhas.
E, vieram cadenciados, numa ordem alegre. A cada momento minhas convidadas manifestavam cada vez mais contentamento.
Nos foi oferecido o vinho argentino Alfredo Roca, pinot noir, de qualidade insuspeita.
Mme L. não conteve a alegria em saborear os alimentos. Da mesma forma que Mme.ML.
Para mim não foi surpresa. A habilidade das chefs Andréa Durek e Roberta Ribas surpreendem pela correção, delicadeza e combinação correta dos alimentos.

-O que tem de tão especial nesse creme Brûlée que nos foi servido, indaguei, já me preparando para pagar a conta e sair.

-Acrescentei favas de baunilhas do Egito, que me foram trazidas por um atencioso aluno, disse, Andréa.

O Café Babette tem dessas coisas...

Serviço:
Café Babette - Aliança Francesa
Rua Prudente de Moraes, 1101
80.430-220
Fone 3205-0955
Curitiba - Paraná
Enfrento um grande desafio em Curitiba.

Onde encontrar uma pizza coberta com gorgonzola nas segundas-feiras, depois das 23 horas?

É uma tarefa quase impossível.

Por que digo isso curioso leitor?

Porque é nas segundas-feiras que me encontro com alguns dos mais afinados e profundos conhecedores dos segredos dos... gorgonzolas.

E, frequentemente nos despedimos, depois de consumirmos algumas comidas por aí, com a nítida impressão que os comerciantes de pizzas da nossa cidade não nos querem ver felizes.

Havia, há alguns anos atrás um bom pizzaiolo que nos aguardava próximo do horário usual com aquela preciosidade. Honesta, quentinha, crocante com a atração principal levemente derretida e gosto que dava prazer para a língua.

Depois fechou.

Chamava-se Salão Italiano e ficava na rua Padre Germano Mayer.

Apelidamos de "ladrão italiano" porque dividíamos a conta e, independente do volume de consumo de comidas e bebidas, o valor era sempre o mesmo.

Acima do esperado.

Mas pagávamos com prazer porque a pizza era honesta e o gorgonzola era importado.

Rememorei esse fato porque hoje não consigo encontrar uma simples pizza coberta com esse queijo requintado que tanto dá alegria para o corpo e para o espirito.

O queijo gorgonzola - neófito leitor - possui massa crua, de cor amarelo pálido com veios azuis, e maturação com duração de três a quatro meses. Após a confecção ele é embalado em unidades de seis a 12 quilos, em folhas de alumínio ou estanho.

Por sua cremosidade, ocupa uma categoria especial entre os queijos "azuis".

Originário de Gorgonzola que fica a 19 quilômetros de Milão, na Itália, hoje é manufaturado em toda a Lombardia, principalmente em Bergamo, Cremona, Milão e Pavia.

É um dos grandes queijos gastronômicos do mundo e vem sendo exportado pelos produtores italianos desde 1870.

Continuo em busca desse prazer e quando encontrar contarei para vocês com grande alegria.



Barulhos!!! Ah, os barulhos...

Tiram a tranquilidade de qualquer cidadão honesto, trabalhador, chefe de família e... assaltantes.

Há diversos.

Os mais comuns são os latidos. Aqueles que não tem hora para acontecer. E, agora preservados pelos seus "donos".

"Não incomode meu cachorro. Ele está manifestando um sentimento de propriedade. Deixe ele latir, senão terei que levá-lo a um psicólogo", disse-me uma zelosa mas desequilibrada proprietária de um odioso animal inquieto.
Diante de tão absurda afirmação, me preocupei.
- As coisas estão mudando, pensei.
Terei que suportar os diversos e constantes latidos sem ao menos ter com quem dividir tal incômodo.
O 156 da prefeitura não acolhe mais tais reclamos.
Chego à conclusão que são até suportáveis diante de outros.
Há os alarmes residenciais e de automóveis.
Estes sim. São tão ineficientes quanto as reclamações pelo telemarketing.
Os alarmes anti furtos não funcionam para o que se propõem.
Servem apenas para incomodar vizinhos.
Fazem barulhos tão estridentes que chega-se a ouví-los à quilómetros de distância.
E, no entanto, ocupam apenas os sensíveis ouvidos dos despreocupados cidadãos.

Há outros mais.

Os barulhos dos cortadores de grama, dos cortadores de árvores, das construtoras. Dos motores desregulados nas oficinas mecânicas. Do apito do trem às 23 horas e às 06 horas.
Há ainda o barulho insuportável do auto falante do "carro do sonho".
Na minha rua passa duas vezes por dia.
Quando saio encontro-o em outros bairros.
É uma feroz perseguição dele em busca de meus sensíveis ouvidos.
Queira me desculpar pelo excessivo barulho que estou lhe causando, atento(a) leitor(a), mas é um desabafo pelos altos decibéis desses feriados prolongados.
Tentando fugir dos barulhos como fazem os assaltantes, fui em busca de um lugar onde pudesse, ao menos comer algo simples, gostoso, barato e,... em silêncio.
Cheguei no Au Au Lanches do Cabral, tradicional casa de sanduíches da cidade, onde haviam me recomendado saladas e sorvetes.
Caminhei por entre as mesas buscando sossego.
Depois de passar por algumas com crianças em férias, me acomodei na mesa 9, ao lado de três jovens falantes e risonhas.
Após uma breve leitura pelo cardápio preferi um sanduíche normal com folhas verdes, tomates, hamburger e alguns molhos para complementar. E refrigerantes.
- Inclua bacons, b a c o n s  falei para a atendente, antes que pudesse me dar as costas.
Mme M.L.,, que me acompanhava solicitou um tradicional Au Au duplo Especial, que consiste em pão especial, duas salsichas da marca Sadia, maionese, queijo ralado, batata palha, salada, mostarda, molho de tomate...
Olhei meio assustado para aquele pitoresco pedido e, como se  ela estivesse lendo meus pensamentos, disse:
- Não se preocupe. É um desejo de infância que realizo raramente.
- Humm...(resmunguei)
Vieram em seguida e foram avidamente consumidos.
Tentei abordar amenidades carnavalescas.
Não obtive êxito.
Algo me incomodava, impedindo minha contumaz gentileza e atenção com Mme M.L..
Descobri, por um lapso de raciocínio, que a música altíssima do ambiente impedia o extravasar de minha alegria.
Paguei a conta.
Algum tempo depois ainda estava com forte zumbido nos ouvidos.
SERVIÇO:
Au Au Laches - Cabral
Avenida Munhoz da Rocha, 770
Fone (041) 3092-8747
Aceita todos os cartões.
Tenho a nitida impressão de que venho recebendo provocações das mais variadas sobre o melhor de nossa culinária.
Entendo que o melhor é feito com dedicação, coragem e boa vontade.
É uma receita simples mas acertada.
Existe profissionalismo e um comércio bastante farto, mas carecendo de melhor estrutura.
Os restaurantes de hotéis estrelados de Curitiba estão bem posicionados nesse quesito.
Mas quase inacessíveis para a maioria dos mortais.
Então devemos nos contentar com a simplicidade e alta criatividade.
Deixando de lado essas enfadonhas e sonolentas considerações, aceitei generoso convite de M J. e Mme S., para comer uma autêntica "carne de onça", regada com "boa" cerveja.
- Esperamos você no Armazém Fantinato, às 20 horas, e desligou seu celular.
Cheguei no horário marcado, acompanhado por Mme M., e, com muita dificuldade estacionei meu veiculo próximo ao local marcado.
Aguardamos por uma mesa e entre uma conversa e outra tomamos uma (urgh) cerveja.
- Leu o artigo do físico Rogério Cesar de Cerqueira Leite, na Folha de São Paulo,( 18.12.2009) com o titulo "Estamos bebendo gato por lebre", questionei M J.?
-Não, me respondeu lacônico.

-Pois bem. Esse notável cientista prova por A mais B que a nossa cerveja é muito ruim. Só é bem vendida por causa do preço. Contém substâncias inadequadas tais como "cereais não maltados" - leia-se milho, em sua composição, malte importado de qualidade suspeita, antioxidante INS 315 e estabilizante INS 405, intoxicando os brasileiros com conservantes.

Ainda pouco convencido por essa verdade, ele pediu mais uma garrafa.
Passado alguns minutos, ainda supresos com a informação que eu havia lhes repassado, o garçon nos conduziu para uma mesa ao lado de uma antiga geladeira e pedi o cardápio.
- Uma "carne de onça", disse M J.
Veio cuidadosamente conduzida pelo atendente Diogo.
Exibiu suas intimidades com a coisa, misturando conhaque, paprica, alho picado e cebola e em seguida uma generosa quantidade de azeite de oliva.
Manipulou com destreza duas colheres. E em seguida nos ofertou com fatias de broa acompanhadas com dois pequenos recipientes de mostarda e manteira cremosa.
Me atirei, voraz, naquele prato social.
A primeira impressão foi de uma pasta cremosa muito bem condimentada.
Depois me acostumei com a textura e paladar.
Continuei informando sobre os maleficios das refrescantes cervejas, mas, teimosamente consumiamos. Acho que, por causa do calor e da quantidade de pimenta colocada em cada fatia.
E assim aproveitamos até o fim aquele exótico e regional prato curitibano.
Passei meus olhos sobre as prateleiras e armários daquele estabelecimento. Anotei alguns produtos alí expostos, tais como: sabonete Colonial, Wimi, bolachas Duchen, King-Cola, cerveja Malt 90, bolacha São Luis, pegador de barras de gelo, engradados de garrafas, gaiolas de passarinho, peneiras, moedores de café, tico-tico, leques, ferro de passar (com colocador de brasas), baleiros, ferraduras, vassouras, rádios, bules, buchas etc. etc...
Pensei:
São produtos da época em que "carne de onça" se chamava hackpeter, e cerveja era cerveja.
Bons tempos.

Serviço:
Armazém Fantinato
rua Mateus Leme, 2553
Bom Retiro - Curitiba (PR)
Fone (41) 3023-1953
Seguindo os sábios conselhos do professor F., fui em busca de uma segunda indicação sobre a melhor pizza de Curitiba.
Pensei em silêncio:
- A cidade acomoda diversas pizzarias. Tem algumas de primeira linha, isto é, aquelas que usam produtos especiais desde a farinha de trigo até coberturas delicadas como mozzarela de bufala, parma espanhol, folhas frescas, tomates sem agrotóxicos, alichi das melhores procedências, enfim, produtos normais que aguçam os mais nobres sentidos. O forno à lenha é fundamental. E, por fim, o tratamento adequado dado ao pobre "cliente".
Ainda divagando sobre o tema lembrei que um ambiente respeitoso - silencioso e sem jantar de "firma" - é parte integrante do conjunto de itens necessários para se chegar ao melhor, além dos acompanhamentos e bebidas.
Todos os itens reunidos formam aquilo que posso definir como apoteose.
- ?
- Achou a conclusão muito além do usual, critico leitor?
-Pois bem. Retiro o termo apoteose e a substituo por íntegro.
Fica melhor.
Voltando ao tema principal, depois desse breve comentário, decidi aceitar animado convite do professor C., e fui ao Gepetto, La Pizzeria, na Alameda Dom Pedro II, no coração do Batel.
Noite agradável, pouco movimento na cidade em função das festas de fim de ano e estacionamento gratuito bem na frente da comentada casa de massas.
Adentrei ao recinto sem qualquer formalidade fui ao encontro do professor C..
Me acomodei, depois de saudar a presença dos demais convidados: professor F. e professor I..
O gentil atendende me ofertou de imediato chopp Eisenbahn Weizenbier que é uma cerveja de trigo leve e refrescante. E, como não é filtrada, conserva em cada copo o fermento utilizado no processo de fabricação, ganhando cor e um sabor sem igual.
Havia sobre a mesa tiras de massa crocante de pizza temperada com azeite extra-virgem, sal e orégano, denominadas Corniccione.
O encontro de notáveis e experts em publicidade, informática, criticos de textos, música, futebol e diversão, não poderia ser mais alegre.
E foi, do inicio ao fim. Entremeados por divagações sobre o comportamento humano e suas idiossincrasias.
Mas, no conjunto foi muito alegre e divertido.
O professor F., que é especialista em informática registrou o encontro e postou em seu endereço no twitter. E foi além:
- Se eu quiser posso, através de meu celular, "abrir a imagem e som on line" disse.
Houve unânime negação, até porque as conversas estavam meio confessionais.
Pedi para ser preparada a primeira pizza:
Alla Calicetti que vem a ser uma massa tradicional coberta com Muçarela(sic) de búfala com antepasto de beringelas temperadas, e Alla Putanesca com Muçarela(sic) tomates-cereja frescos, folhas de manjericão fresco, legítimo alice importado da Italia, alcaparras e azeitonas negras descaroçadas inteiras.
Veio depois de um tempo normal de confecção. Quentinha com as bordas quase crocantes e recheadas com os bons produtos.
E foi consumida de forma cadenciada, ritmada.
Até porque estavamos naquele momento falando sobre a virtuose de Chico Buarque e suas letras e musicas. E também da voz de Emilio Santiago.
Professor C., propôs um intervalo para fumar no deck. Porque agora em Curitiba é assim. Os que fumam são mal tratados. Houve concordância.
Retornamos ao ponto de partida e discutimos os novos sabores.
Pedi um chopp Einsebahn Pilsen,uma cerveja clara puríssima do tipo Lager, de baixa fermentação, suavemente amarga e de médio teor alcoólico (4,8%). Tem coloração dourada. Suas principais características são a pureza, transparência e sabor, que não tem comparação entre as Pilsen nacionais, lembrando muito as importadas alemãs.
A segunda opção foi decidida por unanimidade:
Peperoni, com uma massa tradicional coberta com muçarela, tomates frescos picados, salame especial italiano tipo peperone e azeite extra-virgem, e Calábria, que veio com muçarela, calabresa moída picante artesanal, cebolas crocantes e azeitonas negras inteiras e descaroçadas.
Nossa conversa foi interrompida por um apagão, seguido por vozes entoando um desafinado "Parabéns à você".
Terminamos nosso encontro no "deck", ainda sorvendo os deliciosos chopp Eisenbahn.
- Tenho uma idéia, disse, chamando a atenção dos três:
- Vamos formatar um programa de variedades, que possa ser veiculado no rádio ou na TV, assim, tipo uma revista semanal comentada?
Silêncio profundo...
Eu topo, disse o professor C..
Eu também, concordou o professor F..
Acho ótima idéia finalizou o professor I..
No inicio de 2010 podemos nos reunir para arrematar a idéia e já lançar o programa.
Saimos rindo como fazem os velhos amigos, abraçados, falando amenidades e cotidianos da vida e suas magnificas surpresas.
Nos despedimos, desejando mutuamente Feliz Ano Novo.
Feliz Ano Novo!!!


SERVIÇO:
Gepetto, La Pizzeria ( Eleita quatro vezes a Melhor Pizza de Curitiba - Revista Veja)
Alameda Dom Pedro II, 390 – Batel –
Curitiba - PR
Telefone (41) 3016.4534
A conversa sempre deriva para lugares e comidas. E, foi num desses agradáveis encontros que o professor F. abriu a discussão para saber qual é a melhor pizza de Curitiba.
- Nasci e me criei em São Paulo e tenho bom conhecimento de pizzarias. Aqui como pizza pelo menos duas vezes por semana... e blá, blá blá. Conheço muitas, mas duas se destacam, disse com ar pedagógico e dedo em riste.

Acreditando nas sinceras palavras do astuto e corajoso professor, me toquei para os lados do parque Barigui em busca de uma delas.
Parei na Pizzaria Armazém Dom Carmino.
- É aqui, disse aflito para Mme M.. Mas, por onde devo entrar?
Bati na porta da frente.
Procurei as laterais, e nada.
Marquei minha silhueta no vidro transparente da janela e pude constatar que no interior daquela casa antiga havia muitas pessoas.
Mesas repletas.
Um pequeno cartaz indicava a entrada ao lado do estacionamento de veículos.
- Humm, resmunguei, franzindo minhas temporas.
Então vamos.
- Sejam bem-vindos, nos acolheu a alegre hostess.
Lamento lhes informar mas só temos mesas na parte de cima.
- ?
Naquela hora eu precisava apenas de uma, de preferência arejada por causa do calor.
- Podem ocupar a 17.
Pronto.
Estamos numa das melhores indicações do bom amigo e professor, acomodados numa sala com pouco barulho e numa expectativa enorme para confirmar ou não aquela segura afirmação.
O gentil atendente nos apresentou um cardápio bem elaborado e com opções generosas.
- Pedí uma pizza com dois sabores denominadas, Bráz e Caprese.
E, chopp (Brahma), devido a agradável temperatura.
Pude observar - ao fundo - as evoluções e habilidades do pizzaiolo em lidar com as massas. Artistico até...
Foi regular o tempo de espera.
Enfim, ei-las (porque eram duas em uma).
Acondicionadas em uma bandeja com tampo de metal para impedir a perda do calor.
O primeiro pedaço sabor Bráz foi delicadamente consumido por Mme M..
Não fiz cerimônia. Fui alegre de encontro a Caprese que sumiu em alguns poucos minutos.
Não houve até então qualquer comentário de ambas as partes.
Só alguns sons incompreendíveis como, hummss, deliciii, otimmm...
Em seguida, trocamos os sabores.
E, assim transcorreu aquele consumo.
Até que refeito da experiência perguntei para Mme M.
- Qual foi vossa impressão sobre essa pizza?
- A moda Bráz, com recheio de abobrinhas é delicada, com generosa porção de queijo parmezão e azeite de oliva. Uma combinação perfeita. E a Caprese, com queijo de búfala, pesto de azeitonas pretas com folhas de mangericão gigante tem sabor mais acentuado, mas correta.
De sobremesa um exótico salame de chocolate servido com sorvete de vanilla (que poderia ser häagen-dazs).
A indicação do experiente professor F. foi acertada.

Serviço:
Pizzaria Armazém Dom Carmino
Rua Jacarezinho esquina com Cândido Hartmann
Fone (41) 3015-9993
Atende todos os dias das 18:30h até 00:00h
Comércio é comércio aqui ou em qualquer lugar do mundo.

Estou certo?

Pensando assim decidi acatar amável convite de Mlle V., para conhecer a mais recente "novidade" dessa cidade tão cheia de chuvas, frios das mais diversas intensidades e gostos e agora de "chacinas" ao estilo de outros estados do país.

Fui à Praça da Espanha, antigo reduto de valentes e brigões da cidade e que por algum tempo havia sido ocupado por grupos de, digamos, "desocupados".

Os comerciantes da região se uniram e rotularam o espaço como sendo o "Batel Soho", dando uma nova roupagem ao reduto popular.

Na verdade fui em busca da anunciada Feira de Gastronomia.

Cheguei ofegante e percorri os quatro cantos da praça. Não encontrei, algo que pudesse acomodar meu aflito estômago, por causa do adiantado da hora.

Pensei:
- Estes comerciantes são mais espertos que nós, pobres mortais. Vim para cá e os únicos lugares decentes para comer são os restaurantes em torno dessa praça.

Estava faminto e decidi visitar o Restaurante Pata Negra.
Mlle V. já estava à minha espera.

Chegaram, em seguida, o Sr. e Sra. Grein, Mlle R. Mlle T. Mlle C. e M L..

Percebi, que aquele chamamento para a feira da praça fez com que muitos buscassem restaurantes da região para satisfazer seus instintos. E o Pata Negra estava com todas as mesas ocupadas. Os esforçados atendentes estavam... se esforçando para evitar atritos maiores.

Passada a fase de indignação e acomodados, partimos para nossos objetivos.

Já no buffet aproveitei as ofertas bem dispostas: tapas, tortillas, empanadas, alguns queijos e embutidos e um atraente prato de sardinhas ao molho escabeche e outro mais com molho vinagrete.

O prato principal veio no tempo adequado: uma paella valenciana - que consiste em um preparo tradicional com frango, porco e coelho - que foi avidamente consumida por mim e por M L.

Vieram em seguida os pedidos de meus acompanhantes. Bife de chorizo e paella à moda aragoneza, com generosas porções de camarões, polvo, lulas e mariscos (foto).

Por se tratar de um restaurante espanhol, o bife de chorizo foi aplaudido.
Veio macio, tenro, tostado por fora e levemente mal passado em seu interior. Tempero leve e adequado. Me remeteu a gratas lembranças das carnes ofertadas pelos competentes argentinos.

As conversas transcorreram alegres e descontraídas.
- Este local está pouco iluminado, apontou o Sr. Grein, no que houve concordância da maioria.
- Mas, dada a posição em que se encontra as pessoas que se assentam de costas para a praça tem a visão clara dos pratos. Ao contrário, as que se sentam de frente para a rua ficam com a visão ofuscada pela intensidade de luz externa.

Nada que interefe na decoração que tem pratos decorativos nas paredes e chão de pedra, aos moldes das tavernas ibéricas.

-É um restaurante bem agradável, com uma carne de boa qualidade, complementou Mlle V..
Estavamos nos despedindo, quando chegou Mme M.L..

-Tive intenso trabalho e só me desvincilhei deles agora, disse ela, ainda esbaforida pela pressa.

- Recomendo o bife de chorizo, e te auxilio no consumo, ponderei com ar de felicidade.

(...)


Serviço:
Restaurante e Café Pata Negra
Endereço: Rua Fernando Simas, 23
Praça da Espanha
Cidade: Curitiba - PR
Telefone: (41) 3015-2003
Horário de atendimento:
De segunda a sábado, a partir das 10h.
Capacidade: 100 pessoas