Blog do Edson

Comentários sobre comidas, bebidas e afins.

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A preguiça havia tomado conta de minhas entranhas.

Mal conseguia dar alguns passos e lá vinha ela, forte, poderosa, e autoritária fazendo com que eu voltasse para o aconchego daquele comodo  -  que me abraçava com carinho e me embalava em novos sonhos.

Foi assim que passei aquela manhã, lembrando vagamente do que havia se passado na noite anterior.

Em uma fração de segundo lembrei que tinha comido muito, como há muito tempo não acontecia. Havia comido coisas tão boas que faltavam algumas horas de sono a mais para me recuperar.

E, os sonhos me remetiam a alguns pesadelos até. Sonhei que dialogava com alguns chesters falantes sobre a atual situação política do país, Sobre as prisões indevidas – afinal, todas as prisões são violências que se deveriam extinguir das índoles dos seres humanos, não é mesmo, indignado leitor.

Chester – para quem não sabe (?), são aqueles animais que surgem à cada  final do ano para alegrar a mesa dos ingênuos consumidores.

Mas, voltando aos sonhos.

Um deles – os chesters -  me dizia que as coisas iriam piorar para os políticos que se dedicam a se apossar do patrimônio alheio, tal como o Maluf ( que estará impedido de tomar os mais caros vinhos no Natal deste ano, por conta de um acerto com a Justiça).
Outro me dizia que sumiram os grandes lideres,  pensadores e filósofos como antigamente. Remetendo seu apurado pensamento para uma citação sobre Diógenes  de Sinope – aquele que andava pelas ruelas de Atenas, com uma lamparina acesa durante o dia, em busca de um homem honesto.
Diogenes optou por viver sob o abrigo de um barril com seus parcos pertences que consistia, além de uma lamparina, uma tigela , um alforje e um bastão.

E, foi assim que transcorreu aquela longa e sonolenta manhã. A cada novo fechar de olhos... novas e intrigantes histórias contadas pelos chesters.

A única coisa  real daqueles pensamentos e diálogos era a linda lembrança do frango a “craputine”,  que havia consumido, - três no total -  um por vez, da noite anterior.

Estava no Bar Palácio comemorando o aniversário do Senhor  D. Geraldo Lezan, juntamente com  M. de Corso, M. Olischevis, M. B de Jordão, M. J. de Vosgerau, e M. A. Kochla.

Recordo que discorri sobre essa relíquia gastronômica, com ar filosofal, porque a oferta se esconde no cardápio.

 “Após ordenar o pedido, a confecção leva 60 minutos para ficar no ponto.” 
É o tempo  necessário para grelhar e cozer  a ave.

Passada a surpresa e o consumo, os cavalheiros levantaram três vivas àquela sugestão.
 Foi tudo que me lembrei.

Os chesters e seus diálogos, curioso leitor, foram às conseqüências de uma noite ( e manhã) dormida com a barriga cheia.

SERVIÇO
Restaurante Bar Palácio
Rua André de Barros, 500
Fone (041) 3222-3626
Curitiba - Pr
- Veja bem onde você irá me levar dessa vez, heim!
Era Mme M., ainda meio aterrorizada com a ultima incursão a um obscuro estabelecimento onde além de servirem frango à passarinho "bem passado", havia numa mesa ao nosso lado um grupo de jovens falantes e mal educados.
- Prometo que iremos a um lugar civilizado (mesmo que nessa cidade já não haja mais locais civilizados como antigamente).
Mas prometi. Mesmo não sendo senador ou deputado.
-Vamos ao Bar Palácio. Lá servem um filé "grisset", franguinhos corretos, e outras variedades mais, argumentei, tentanto me redimir da ultima e desastrada aventura.
Mme M., concordou com um breve sorriso.
Curitiba está calma demais, pensei.
Pouco trânsito. Poucas pessoas nas ruas...
É a gripe suina que assusta a todos.
Uma pena denominar tão cruel virus, concluí.
Entrei, e para minha surpresa havia um grupo de familiares ocupando a mesa número um.
-Sente-se aqui, disse alegre M E..
-Sim. Vamos conversar e jantar, concordou Mme Mueller.
Ainda surpreso acomodei Mme M., e assentei.
Pedí, como prometido, file "grisset" e frango à passarinho - o original -.
E, Original, a cerveja, já que o ambiente e o tempo eram propicios para tal.
Argumentei com M. E e com M. F, que cerveja vem em pequenas garrafa, o que nos obriga o tempo todo a ficar chamando os garçons.
Lembrei-me da sensata sugestão de um aluno de introduzir entre nós a pena de galés. E fiquei sonhando como seria bom ter um garçon com a perna acorrentada a nossa mesa, só com o cumprimento bastante para chegar às bebidas. Infelizmente a sugestão não será mais adotadas nesses tempos novos.
E assim transcorreu o encontro. De conversas futeis sobre politica, cangaceiros, gripes e futebol.
-Pedi um frango grelhado que demora 50 minutos, disse M E. e já deve estar pronto.
Veio e foi generosamente consumido por todos.
E, realmente estava surprendente. Úmido, crocante e saboroso. Algo como há muito não sentia.
Um prazer incomum, preparado à vista dos comensais.
Mme M. apresentava olhar mais amável depois de consumir o file "grisset" com farofa de ovos.
E eu, com o sentimento de que havia corrigido um erro do passado recente.
Depois de consumir as carnes, veio uma sobremesa marca registrada do restaurante. O "Mineiro de botas", que consiste em uma mistura de goiabada, queijo, ovos, e banana flambado com rum.
O Bar Palácio continua único. Seu cardápio é basicamente o mesmo desde 1930, quando foi criado no antigo endereço, em frente ao Palácio do Governo, na rua Barão do Rio Branco. Faz parte da historia da cidade. Já serviu de ambientação para roteiro de filmes, diversos artigos em jornais, revistas e até livros.
Hoje, democrático, aceita a presença de mulheres desacompanhadas.

Serviço:
Bar(restaurante) Palácio
Rua André de Barros, 500 Centro
Telefone: (41) 3222-3626
Capacidade: 120 pessoas
Público: Variado
Faixa de preço: De R$ 10,00 R$ 20,00 por pessoa
Estacionamento: Conveniado
Funcionamento:
Segunda a quinta das 19h às 01h30, sextas e sábados das 19h às 03h.