Blog do Edson

Comentários sobre comidas, bebidas e afins.

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 A surpresa ficou por conta daquela ligação telefônica que recebi, domingo pela manhã.

Era o senhor Luiz Guilherme, que havia reservado quatro lugares, em um local que nem ele conhecia.

- Descobri um bistrô que serve paella, muito bem recomendado, afirmou.

Cheguei perto das 13 horas em um local bastante tranquilo no bairro São Francisco, em Curitiba.

Nos aguardava o senhor Paulo, que depois vim a saber que é o proprietário do Bystro Barcelona e profundo conhecedor da gastronomia espanhola.

Pois bem.

Me acomodei numa espaçosa mesa, juntamente com Mme M.L. e Mme Mayer. Ambiente agradavelmente simples e boa música nos acolheram.

Estava lá para apreciar o famoso prato valenciano e conversar sobre amenidades.

Até que me veio a ideia de discorrer das boas maneiras descritas no livro do escritor inglês, Roy Strong. Dizia ele que na Inglaterra do começo do século XVIII as mesas raramente estavam postas. “Após 1780, com a invenção das mesas com abas que podiam ser abertas ou dobradas de acordo com o número de comensais,  as cadeiras ficavam encostadas na parede e eram trazidas para junto à mesa na refeição. Anteriormente havia longas mesas solidas no salão, mesas com pesadas pranchas removíveis eram usadas por famílias para jantar nos salões... A popularidade das mesas redondas ou ovais com abas e pernas dobráveis no final do século XVII refletia um novo desejo de informalidade.”

Evidentemente que, apesar da reserva do almoço, no Bystro em questão, havia também a reserva de uma mesa adequada. E, não é que havia a melhor das mesas daquele ambiente!

Foi por esse motivo que rememorei algum dos apontamentos do grande escritor Roy Strong.

E, continuei com a alocução sobre as boas maneiras à mesa, naquele distante século XVIII.

 Já no raro livro da senhora Alice Smith, com o titulo Art of Cookery (1758), encontramos fortes resistências em aceitar os hábitos franceses à mesa, da mesma forma que aceitar sua culinária.

“Ela aprovava o velho e bom costume inglês de trinchar e servir os convidados – pela dona da casa - , que deveriam provar todos os pratos. A prática então mais recente, em que “todos se serviam do que queriam, e só comiam o que escolhiam, era visto por ela como lamentável.”

Da mesma forma que o horário das refeições passou a ser uma espécie de regra. No crepúsculo da  Idade Média o jantar – a principal refeição do dia - era servido bem mais tarde na cidade do que no campo. Para diferenciar os hábitos dos nobres, para com os dos camponeses.

As quatro ou cinco horas da tarde, quando as elites se encontravam no Petit Trianon, em Paris.

 Mas no campo, o jantar era servido a partir das 15 horas.

Já em Londres o jantar era servido às 14 horas, o chá era servido às 20 horas e a ceia, por volta das 22 horas.

Naquela época o Palácio de Versalhes continuava ditando moda sobre mesas, cadeiras  horários, talheres, guardanapos etc.,etc. Mas este é um assunto para outra crônica.

Relatos de fatos ocorridos naqueles longínquos anos, me fizeram até esquecer do gostoso prato de paella valenciana servido com todos os acompanhamentos previstos no Bystro em questão. Mas a casa se ressente de uma mínima carta de vinhos.

 

SERVIÇO

BARCELONA BYSTRO

Rua Desembargador Clotário Portugal , 269, bairro São Francisco

Curitiba – Pr.

Fones 41-3076-9950/ 99973-7162


A conversa girava em torno da compra de uma mesa de jantar que pudesse abrigar  seis cadeiras . Mle. T. Grein já havia pesquisado alguns modelos e me convidou para acompanhá-la até a loja que estava ofertando tal objeto.


Entendo que minha opinião seria de fundamental importância uma vez que sou  observador das coisas que giram em torno de uma boa alimentação e congraçamentos.
E, convidei de imediato, Mme. M, para que nos acompanhasse em tal aventura.
Chegamos ao endereço combinado.

Contei para minhas agradáveis acompanhantes que certa vez, um estimado professor, chamado Francisco, havia me confidenciado que naquela loja de móveis havia um Café onde serviam empadas delicadas vindas especialmente de São Paulo. Fabricadas pela Granossanto, localizada na Vila Clementino.

De imediato esquecemos a tão comentada mesa e as seis cadeiras e nos acomodamos num pequeno espaço no interior da loja Tok & Stock , chamado Café Design.

- Vocês servem empadas ? Perguntei à atendente.

- Sim, temos apenas três, duas com recheio de frango e uma com recheio de palmitos, respondeu, e complementou:

- Temos mais algumas ainda  no forno.

- Então nos sirva estas e reserve as outras para depois de nossas compras, argumentei.

Vieram.

Delicadas, sorridentes e quentinhas, tais como devem ser, para nosso delírio.

Sei – caríssimo(a) leitor(a) – que empadas não sorriem, mas, aquelas estavam tão acessíveis e únicas que para a minha felicidade... estavam sorrindo.

Avancei discretamente sobre a de frango.

Causou-me um prazer momentâneo.

A delicadeza da massa “podre” aliada ao recheio levemente temperado e sutilmente salgado foi a combinação perfeita para aquele momento.

Ouvia alguns sons do tipo “humm”, a “minha extá uma dlicia”, ou “dos deuses”!!!, sem decifrar o que realmente falavam Mme. M. e Mle. T..

Passada aquela fase desconcertante, voltamos ao normal.

- Agora vamos ver aquela mesa anunciada, com as seis cadeiras, disse com ar determinante Mle. T..

- Vamos sim, concordou Mme. M..

- Sim, mas voltaremos para consumir outras mais, conclui em voz alta para que a atendente ouvisse e  permanecesse alerta.

SERVIÇO

Tok & Stock
Rua Capitão Souza Franco, 753
Bigorrilho - Curitiba - PR
CEP: 80730-420
Tel: (41) 2111-7200 |
e-mail: tokctb@tokstok.com.br


Horário:
2ª a Sábado - 9h às 22h
Domingo - 12h às 20h