Dentro de um táxi, ainda
em Frankfurt, na Alemanha disse ao motorista:
- Toque para a estação
de trens. Irei para Luxemburgo.
O motorista olhou com o
canto dos olhos e esfregando os dedos polegar e indicador da mão direita me
falou:
-Luxemburgo? Money, money
...
De pronto não havia entendido aquela expressão, já que estava na Europa e o euro é a moeda
circulante.
Enfim...
Luxemburgo é o único
grão ducado reconhecido como tal, autônomo, e se expreme entre a Alemanha,
a França e a Bélgica. Com 900 mil habitantes em seu
território muito reduzido pelos conflitos e acordos espúrios, se acomodam
algumas etnias. A língua nacional é o
luxemburguês. O francês e o alemão são línguas oficiais. Quase todos
os motoristas de táxi (Mercedes-benz) falam português. Da mesma forma que o inglês. O uber foi banido no
grão ducado. E, no inverno, neva. Cai
muita neve. Existem quatro moradores de rua – que se negam a sair desta
condição. Eles mantém seus cachorros na coleira, porque é exigência de lei. São
conhecidos pelos nomes e adotados pela comunidade. Após as 20 horas não se paga
passagem de ônibus. Nem aos sábados, e muito menos aos domingos. Todos os
ônibus urbanos tem ar condicionado e serviço especial para cadeirantes. Pode-se
transportar bicicletas e carrinhos de bebê. O comercio é dinâmico. Tem o supermercado Monoprix
– do grupo francês Casino, fundado em 1933 (que faz a alegria de todos porque
praticam preços honestos).
Tem pubs, bares, cafés
e restaurantes...
Já no final da tarde me
acomodei no elegante hotel Parc Belair, com calefação. O termômetro marcava -7 graus, mas sem precipitação de neve.
Haviam me recomendado
um restaurante às margens do rio Alzette, na parte baixa e antiga da cidade de
nome
Mosconi.
Convidei Mme M.L., para
mais esta incursão.
Aceitou com ar solene, superando a fatiga de uma tarde dentro de um trem.
Aceitou com ar solene, superando a fatiga de uma tarde dentro de um trem.
No caminho observei uma
parte da cidade, numa mescla de prédios antigos e outros modernos. Poucas
pessoas nas ruas por causa do intenso frio.
A recepção foi solene e
gentil, mesmo sem reserva agendada. A lareira em pleno funcionamento aquecia o
ambiente. Num pequeno elevador fui conduzido, juntamente com Mme M.L., a um dos
salões de jantar. A decoração sóbria com alguns quadros e esculturas delicadas
dão o tom do ambiente. Observei que tudo estava no seu devido lugar como deve
ser.
Talheres, copos,
guardanapos, sousplat, toalha e equipamentos periféricos de suporte.
A gentil e simpática
Mme Simonetta Mosconi nos deu as boas vindas.
- Certamente que M. Illário
Mosconi está no comando da cozinha, pensei.
O pequeno couvert veio
acompanhado de pão italiano com ervas e patês.
Depois de algumas
surpresas me foi apresentado uma das estrelas da Casa:
Crostins de foie gras chaud, creme de haricots
blanc, canellini et vieil aceto balsâmico 25 ans d’age.
Até então nada havia
sido comparado com o que me foi apresentado. Causou um enorme prazer para os
olhos e para a língua.
Para complementar um
espumante Ferrari Brut Chardonnay, que é produzido desde 1902 pela vinícola Ferrari, de Trento.
Esta vinícola recebeu,
em 2015, o premio de melhor vinícola da Europa pela WinneEntusiast.
A elegância e
delicadeza do menu oferecido foi seguido pelas massas produzidas de forma
artesanal. Recebi um ravióli di ricotta, pecorino et parmesan, beurre fondu, que
me remeteu para as colinas de Frascatti, na Itália.
Mme.M.L., que estava se
recompondo das apresentações anteriores, recebeu um pappardele à l’ail doux et
romarin, ragoût d’agneou et cardons.
As massas foram
consumidas de forma cadenciada, como os passos de uma valsa vienense.
Para complementar, antes
de servir o café recebi uma prancha de Quelques Plats et Desserts, de
chocolates, pralines e marzipan.
Ao me despedir dos
funcionários do restaurante Mosconi, Mme
M. L., foi brindada com um delicado presente: fatias crocantes de bolo inglês e
uma edição do livro Les Grandes Tables
Du Monde 2018, no qual consta o Restaurante Mosconi, à página 189.
Único restaurante
luxemburguês desta edição.
Há 30 anos, Illario e Simonetta Mosconi
são personalidades da gastronomia luxemburguesa.
Primeiro em Esch-sur-Alzette, com o
Restaurante Domus, então, em 2000, na capital. Lá, Illario inventa uma
cozinha de inspiração italiana.
Este
conhecido endereço europeu recebeu entre suas muitas distinções, uma estrela Michelin, um 18 em cada 20 Gault & Millau e
um ranking com Relais & Châteaux.
A
escolha da primeira noite fria no Grão-Ducado de Luxemburgo, na mesa do
restaurante Mosconi, com vista para o
rio Alzette, garantiu a experiência e uma
sensação de plenitude necessárias.
Só
isso, por enquanto.
RESTAURANT
MOSCONI
Membro da Relais & Châteaux desde 2005
13, rue Munster
L-2160, Luxembourg
Tel.: +352 54 69 94
Fax: +352 54 00 43
Membro da Relais & Châteaux desde 2005
13, rue Munster
L-2160, Luxembourg
Tel.: +352 54 69 94
Fax: +352 54 00 43
E-mail:
mosconi@relaischateaux.com
preciso conhecer
ResponderExcluirÓtima dica meu amigo, iremos à Luxemburgo em duas semanas quem sabe conheceremos este restaurante. Forte abraço
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