Blog do Edson

Comentários sobre comidas, bebidas e afins.

Sempre que posso visito o Mercado Municipal.

Na semana Santa não foi diferente.
Lá havia tanta oferta de bacalhau que me deu a impressão que a Noruega era aqui.
Tinha até bacalhau vindo da China !!! Acreditem.

A atração dessa festa era o bacalhau Porto dessalgado, congelado e pronto para consumo.

Respeitei a sexta-feira da Paixão.

Fiz um breve jejum e inclui aí, algumas lascas do tipo Porto, com legumes em azeite de oliva grego.

No sábado, já refeito, voltei ao normal.

- Vamos a uma churrascaria, convidei com ar de alegria Mme. M.L, que prontamente respondeu com um meneio de cabeça.

E, indicou: para os lados do Batel tem algumas de boa qualidade, mas pecam pelo preço.
...

Vamos conhecer a nova Churrascaria Badida, pensei.

Sem reservar, havia poucas pessoas na lista de espera.

Me encostei no balcão e em poucos minutos a atenciosa concierge nos encaminhou para uma mesa ao lado da imponente adega climatizada.

O  atendente nos ofereceu as entradas que consistem em azeitonas, cubos de manteiga, pequenas batatas cozidas e temperadas, beringelas, salada de cebolas, farinha, e uma travessa de folhas com tomates, cenouras e pepinos crus.

As ofertas de carnes são generosas com fotos tentadoras no cardápio.

- Que tal uma picanha, arrisquei?

Novo sinal de concordância de Mme. M.L.

Para minha surpresa, veio crua, estendida em uma bandeja de inox, com a capa de gordura branca para cima e a carne rosada. Uma visão quase virtual, de sonho, só rompida com a voz do garçon me questionando se a peça estava de acordo e de como gostaria de recebê-la depois de pronta:

- Ao ponto ou mal passada, perguntou?

Acordei, depois de alguma fração de segundo, salivando, e disse:

- Grelhada...

Veio, delicadamente macia, pouco sal, como convém, e levemente defumada por causa da fumaça da grelha.

Devorei os dois primeiros pedaços avidamente com a gordurinha lateral quase crocante.

Depois mais dois, com farinha e saladas.

Nesse meio tempo nos foi servida a travessa de batatas fritas infladas – iguais as que são ofertadas nos restaurante de Buenos Aires.

Por fim mais duas fatias, ainda tenras, quentinhas e macias.

- Melhores do que aquelas que você faz... balbuciou Mme.M.L.

Até aquele momento tinha a firme convicção de que fazia uma boa picanha.

Comentei com o garçon sobre a maciez e delicadeza da carne. Prontamente me convidou para conhecer a grelha em estilo uruguaio, com inclinação de 45 graus onde se preparam os assados.

Me convenci de que estão aptos a continuar preparando carnes de acordo com a tradição e costumes do hemisfério Sul.
E, terei que melhorar meus conhecimentos sobre assados.

As ofertas de sobremesas são tentadoras.

Me limitei a um cafezinho servido com dois nacos de muffins.

Sai daquela casa pensando comigo mesmo... tenho que retornar a escrever sobre comidas, porque é necessário.

SERVIÇO:

Churrascaria Badida

Rua Sete de Setembro, 6045, Seminário, Curitiba, Paraná

Fone (41) 3243-0473

Atendimento de segunda a sábado, almoço e jantar. Domingo, almoço.

Ambiente climatizado.

Estacionamento com manobristas











Acordei com diversos pensamentos hoje.
Deixei os maus e forçei acreditar que as populações do mundo são felizes.
Os jornais dizem que os países estão em festa.
Populações comemoram seus feitos heróicos - pós futebol - com manifestações públicas.
Na Coreia do Sul, no Japão, na Holanda, no Uruguai, no Paraguai e até no Chile que sofreu agressões da natureza recentemente.
Na Espanha, então... ainda é feriado. São campeões.
No Brasil o foot ball, inventado pelos ingleses, não empolgou.
Na França é feriado, hoje, por causa da revolução do proletariado.
Pensando assim, fui almoçar no Babette Café, que fica na Aliança Francesa, tradicional escola do idioma mais elegante do mundo.
Ambiente simples, aconchegante e discreto.
Convidei Mme M.L. e Mme L..
Havia reservado uma mesa por ser o local pequeno e concorrido.
Ao nosso lado um alegre grupo de dirigentes da Câmara de Comércio França-Brasil. Havia musica ambiente. Tão discreta quanto agradável, como convém.
O cardápio já estava definido para homenagear a data nacional da França composto assim, pela ordem:
Entrée
Mini sanduiche Baudelaire (que vem a ser pão preto com mostarda Dijon e Shitaki na manteiga temperada) sobre salada verde, tomates cereja, gergelim e azeite aromatizado.
Plat
Confit de Carnad (pato confitado), com purê misto de batatas, ervilhas tortas e abobrinhas refogadas com azeite da casa.
Dessert
Creme Brûlée de baunilha do Egito e Verrine de mousse de chocolate com frutas vermelhas.
E, vieram cadenciados, numa ordem alegre. A cada momento minhas convidadas manifestavam cada vez mais contentamento.
Nos foi oferecido o vinho argentino Alfredo Roca, pinot noir, de qualidade insuspeita.
Mme L. não conteve a alegria em saborear os alimentos. Da mesma forma que Mme.ML.
Para mim não foi surpresa. A habilidade das chefs Andréa Durek e Roberta Ribas surpreendem pela correção, delicadeza e combinação correta dos alimentos.

-O que tem de tão especial nesse creme Brûlée que nos foi servido, indaguei, já me preparando para pagar a conta e sair.

-Acrescentei favas de baunilhas do Egito, que me foram trazidas por um atencioso aluno, disse, Andréa.

O Café Babette tem dessas coisas...

Serviço:
Café Babette - Aliança Francesa
Rua Prudente de Moraes, 1101
80.430-220
Fone 3205-0955
Curitiba - Paraná
Enfrento um grande desafio em Curitiba.

Onde encontrar uma pizza coberta com gorgonzola nas segundas-feiras, depois das 23 horas?

É uma tarefa quase impossível.

Por que digo isso curioso leitor?

Porque é nas segundas-feiras que me encontro com alguns dos mais afinados e profundos conhecedores dos segredos dos... gorgonzolas.

E, frequentemente nos despedimos, depois de consumirmos algumas comidas por aí, com a nítida impressão que os comerciantes de pizzas da nossa cidade não nos querem ver felizes.

Havia, há alguns anos atrás um bom pizzaiolo que nos aguardava próximo do horário usual com aquela preciosidade. Honesta, quentinha, crocante com a atração principal levemente derretida e gosto que dava prazer para a língua.

Depois fechou.

Chamava-se Salão Italiano e ficava na rua Padre Germano Mayer.

Apelidamos de "ladrão italiano" porque dividíamos a conta e, independente do volume de consumo de comidas e bebidas, o valor era sempre o mesmo.

Acima do esperado.

Mas pagávamos com prazer porque a pizza era honesta e o gorgonzola era importado.

Rememorei esse fato porque hoje não consigo encontrar uma simples pizza coberta com esse queijo requintado que tanto dá alegria para o corpo e para o espirito.

O queijo gorgonzola - neófito leitor - possui massa crua, de cor amarelo pálido com veios azuis, e maturação com duração de três a quatro meses. Após a confecção ele é embalado em unidades de seis a 12 quilos, em folhas de alumínio ou estanho.

Por sua cremosidade, ocupa uma categoria especial entre os queijos "azuis".

Originário de Gorgonzola que fica a 19 quilômetros de Milão, na Itália, hoje é manufaturado em toda a Lombardia, principalmente em Bergamo, Cremona, Milão e Pavia.

É um dos grandes queijos gastronômicos do mundo e vem sendo exportado pelos produtores italianos desde 1870.

Continuo em busca desse prazer e quando encontrar contarei para vocês com grande alegria.



Barulhos!!! Ah, os barulhos...

Tiram a tranquilidade de qualquer cidadão honesto, trabalhador, chefe de família e... assaltantes.

Há diversos.

Os mais comuns são os latidos. Aqueles que não tem hora para acontecer. E, agora preservados pelos seus "donos".

"Não incomode meu cachorro. Ele está manifestando um sentimento de propriedade. Deixe ele latir, senão terei que levá-lo a um psicólogo", disse-me uma zelosa mas desequilibrada proprietária de um odioso animal inquieto.
Diante de tão absurda afirmação, me preocupei.
- As coisas estão mudando, pensei.
Terei que suportar os diversos e constantes latidos sem ao menos ter com quem dividir tal incômodo.
O 156 da prefeitura não acolhe mais tais reclamos.
Chego à conclusão que são até suportáveis diante de outros.
Há os alarmes residenciais e de automóveis.
Estes sim. São tão ineficientes quanto as reclamações pelo telemarketing.
Os alarmes anti furtos não funcionam para o que se propõem.
Servem apenas para incomodar vizinhos.
Fazem barulhos tão estridentes que chega-se a ouví-los à quilómetros de distância.
E, no entanto, ocupam apenas os sensíveis ouvidos dos despreocupados cidadãos.

Há outros mais.

Os barulhos dos cortadores de grama, dos cortadores de árvores, das construtoras. Dos motores desregulados nas oficinas mecânicas. Do apito do trem às 23 horas e às 06 horas.
Há ainda o barulho insuportável do auto falante do "carro do sonho".
Na minha rua passa duas vezes por dia.
Quando saio encontro-o em outros bairros.
É uma feroz perseguição dele em busca de meus sensíveis ouvidos.
Queira me desculpar pelo excessivo barulho que estou lhe causando, atento(a) leitor(a), mas é um desabafo pelos altos decibéis desses feriados prolongados.
Tentando fugir dos barulhos como fazem os assaltantes, fui em busca de um lugar onde pudesse, ao menos comer algo simples, gostoso, barato e,... em silêncio.
Cheguei no Au Au Lanches do Cabral, tradicional casa de sanduíches da cidade, onde haviam me recomendado saladas e sorvetes.
Caminhei por entre as mesas buscando sossego.
Depois de passar por algumas com crianças em férias, me acomodei na mesa 9, ao lado de três jovens falantes e risonhas.
Após uma breve leitura pelo cardápio preferi um sanduíche normal com folhas verdes, tomates, hamburger e alguns molhos para complementar. E refrigerantes.
- Inclua bacons, b a c o n s  falei para a atendente, antes que pudesse me dar as costas.
Mme M.L.,, que me acompanhava solicitou um tradicional Au Au duplo Especial, que consiste em pão especial, duas salsichas da marca Sadia, maionese, queijo ralado, batata palha, salada, mostarda, molho de tomate...
Olhei meio assustado para aquele pitoresco pedido e, como se  ela estivesse lendo meus pensamentos, disse:
- Não se preocupe. É um desejo de infância que realizo raramente.
- Humm...(resmunguei)
Vieram em seguida e foram avidamente consumidos.
Tentei abordar amenidades carnavalescas.
Não obtive êxito.
Algo me incomodava, impedindo minha contumaz gentileza e atenção com Mme M.L..
Descobri, por um lapso de raciocínio, que a música altíssima do ambiente impedia o extravasar de minha alegria.
Paguei a conta.
Algum tempo depois ainda estava com forte zumbido nos ouvidos.
SERVIÇO:
Au Au Laches - Cabral
Avenida Munhoz da Rocha, 770
Fone (041) 3092-8747
Aceita todos os cartões.
Tenho a nitida impressão de que venho recebendo provocações das mais variadas sobre o melhor de nossa culinária.
Entendo que o melhor é feito com dedicação, coragem e boa vontade.
É uma receita simples mas acertada.
Existe profissionalismo e um comércio bastante farto, mas carecendo de melhor estrutura.
Os restaurantes de hotéis estrelados de Curitiba estão bem posicionados nesse quesito.
Mas quase inacessíveis para a maioria dos mortais.
Então devemos nos contentar com a simplicidade e alta criatividade.
Deixando de lado essas enfadonhas e sonolentas considerações, aceitei generoso convite de M J. e Mme S., para comer uma autêntica "carne de onça", regada com "boa" cerveja.
- Esperamos você no Armazém Fantinato, às 20 horas, e desligou seu celular.
Cheguei no horário marcado, acompanhado por Mme M., e, com muita dificuldade estacionei meu veiculo próximo ao local marcado.
Aguardamos por uma mesa e entre uma conversa e outra tomamos uma (urgh) cerveja.
- Leu o artigo do físico Rogério Cesar de Cerqueira Leite, na Folha de São Paulo,( 18.12.2009) com o titulo "Estamos bebendo gato por lebre", questionei M J.?
-Não, me respondeu lacônico.

-Pois bem. Esse notável cientista prova por A mais B que a nossa cerveja é muito ruim. Só é bem vendida por causa do preço. Contém substâncias inadequadas tais como "cereais não maltados" - leia-se milho, em sua composição, malte importado de qualidade suspeita, antioxidante INS 315 e estabilizante INS 405, intoxicando os brasileiros com conservantes.

Ainda pouco convencido por essa verdade, ele pediu mais uma garrafa.
Passado alguns minutos, ainda supresos com a informação que eu havia lhes repassado, o garçon nos conduziu para uma mesa ao lado de uma antiga geladeira e pedi o cardápio.
- Uma "carne de onça", disse M J.
Veio cuidadosamente conduzida pelo atendente Diogo.
Exibiu suas intimidades com a coisa, misturando conhaque, paprica, alho picado e cebola e em seguida uma generosa quantidade de azeite de oliva.
Manipulou com destreza duas colheres. E em seguida nos ofertou com fatias de broa acompanhadas com dois pequenos recipientes de mostarda e manteira cremosa.
Me atirei, voraz, naquele prato social.
A primeira impressão foi de uma pasta cremosa muito bem condimentada.
Depois me acostumei com a textura e paladar.
Continuei informando sobre os maleficios das refrescantes cervejas, mas, teimosamente consumiamos. Acho que, por causa do calor e da quantidade de pimenta colocada em cada fatia.
E assim aproveitamos até o fim aquele exótico e regional prato curitibano.
Passei meus olhos sobre as prateleiras e armários daquele estabelecimento. Anotei alguns produtos alí expostos, tais como: sabonete Colonial, Wimi, bolachas Duchen, King-Cola, cerveja Malt 90, bolacha São Luis, pegador de barras de gelo, engradados de garrafas, gaiolas de passarinho, peneiras, moedores de café, tico-tico, leques, ferro de passar (com colocador de brasas), baleiros, ferraduras, vassouras, rádios, bules, buchas etc. etc...
Pensei:
São produtos da época em que "carne de onça" se chamava hackpeter, e cerveja era cerveja.
Bons tempos.

Serviço:
Armazém Fantinato
rua Mateus Leme, 2553
Bom Retiro - Curitiba (PR)
Fone (41) 3023-1953
Seguindo os sábios conselhos do professor F., fui em busca de uma segunda indicação sobre a melhor pizza de Curitiba.
Pensei em silêncio:
- A cidade acomoda diversas pizzarias. Tem algumas de primeira linha, isto é, aquelas que usam produtos especiais desde a farinha de trigo até coberturas delicadas como mozzarela de bufala, parma espanhol, folhas frescas, tomates sem agrotóxicos, alichi das melhores procedências, enfim, produtos normais que aguçam os mais nobres sentidos. O forno à lenha é fundamental. E, por fim, o tratamento adequado dado ao pobre "cliente".
Ainda divagando sobre o tema lembrei que um ambiente respeitoso - silencioso e sem jantar de "firma" - é parte integrante do conjunto de itens necessários para se chegar ao melhor, além dos acompanhamentos e bebidas.
Todos os itens reunidos formam aquilo que posso definir como apoteose.
- ?
- Achou a conclusão muito além do usual, critico leitor?
-Pois bem. Retiro o termo apoteose e a substituo por íntegro.
Fica melhor.
Voltando ao tema principal, depois desse breve comentário, decidi aceitar animado convite do professor C., e fui ao Gepetto, La Pizzeria, na Alameda Dom Pedro II, no coração do Batel.
Noite agradável, pouco movimento na cidade em função das festas de fim de ano e estacionamento gratuito bem na frente da comentada casa de massas.
Adentrei ao recinto sem qualquer formalidade fui ao encontro do professor C..
Me acomodei, depois de saudar a presença dos demais convidados: professor F. e professor I..
O gentil atendende me ofertou de imediato chopp Eisenbahn Weizenbier que é uma cerveja de trigo leve e refrescante. E, como não é filtrada, conserva em cada copo o fermento utilizado no processo de fabricação, ganhando cor e um sabor sem igual.
Havia sobre a mesa tiras de massa crocante de pizza temperada com azeite extra-virgem, sal e orégano, denominadas Corniccione.
O encontro de notáveis e experts em publicidade, informática, criticos de textos, música, futebol e diversão, não poderia ser mais alegre.
E foi, do inicio ao fim. Entremeados por divagações sobre o comportamento humano e suas idiossincrasias.
Mas, no conjunto foi muito alegre e divertido.
O professor F., que é especialista em informática registrou o encontro e postou em seu endereço no twitter. E foi além:
- Se eu quiser posso, através de meu celular, "abrir a imagem e som on line" disse.
Houve unânime negação, até porque as conversas estavam meio confessionais.
Pedi para ser preparada a primeira pizza:
Alla Calicetti que vem a ser uma massa tradicional coberta com Muçarela(sic) de búfala com antepasto de beringelas temperadas, e Alla Putanesca com Muçarela(sic) tomates-cereja frescos, folhas de manjericão fresco, legítimo alice importado da Italia, alcaparras e azeitonas negras descaroçadas inteiras.
Veio depois de um tempo normal de confecção. Quentinha com as bordas quase crocantes e recheadas com os bons produtos.
E foi consumida de forma cadenciada, ritmada.
Até porque estavamos naquele momento falando sobre a virtuose de Chico Buarque e suas letras e musicas. E também da voz de Emilio Santiago.
Professor C., propôs um intervalo para fumar no deck. Porque agora em Curitiba é assim. Os que fumam são mal tratados. Houve concordância.
Retornamos ao ponto de partida e discutimos os novos sabores.
Pedi um chopp Einsebahn Pilsen,uma cerveja clara puríssima do tipo Lager, de baixa fermentação, suavemente amarga e de médio teor alcoólico (4,8%). Tem coloração dourada. Suas principais características são a pureza, transparência e sabor, que não tem comparação entre as Pilsen nacionais, lembrando muito as importadas alemãs.
A segunda opção foi decidida por unanimidade:
Peperoni, com uma massa tradicional coberta com muçarela, tomates frescos picados, salame especial italiano tipo peperone e azeite extra-virgem, e Calábria, que veio com muçarela, calabresa moída picante artesanal, cebolas crocantes e azeitonas negras inteiras e descaroçadas.
Nossa conversa foi interrompida por um apagão, seguido por vozes entoando um desafinado "Parabéns à você".
Terminamos nosso encontro no "deck", ainda sorvendo os deliciosos chopp Eisenbahn.
- Tenho uma idéia, disse, chamando a atenção dos três:
- Vamos formatar um programa de variedades, que possa ser veiculado no rádio ou na TV, assim, tipo uma revista semanal comentada?
Silêncio profundo...
Eu topo, disse o professor C..
Eu também, concordou o professor F..
Acho ótima idéia finalizou o professor I..
No inicio de 2010 podemos nos reunir para arrematar a idéia e já lançar o programa.
Saimos rindo como fazem os velhos amigos, abraçados, falando amenidades e cotidianos da vida e suas magnificas surpresas.
Nos despedimos, desejando mutuamente Feliz Ano Novo.
Feliz Ano Novo!!!


SERVIÇO:
Gepetto, La Pizzeria ( Eleita quatro vezes a Melhor Pizza de Curitiba - Revista Veja)
Alameda Dom Pedro II, 390 – Batel –
Curitiba - PR
Telefone (41) 3016.4534
A conversa sempre deriva para lugares e comidas. E, foi num desses agradáveis encontros que o professor F. abriu a discussão para saber qual é a melhor pizza de Curitiba.
- Nasci e me criei em São Paulo e tenho bom conhecimento de pizzarias. Aqui como pizza pelo menos duas vezes por semana... e blá, blá blá. Conheço muitas, mas duas se destacam, disse com ar pedagógico e dedo em riste.

Acreditando nas sinceras palavras do astuto e corajoso professor, me toquei para os lados do parque Barigui em busca de uma delas.
Parei na Pizzaria Armazém Dom Carmino.
- É aqui, disse aflito para Mme M.. Mas, por onde devo entrar?
Bati na porta da frente.
Procurei as laterais, e nada.
Marquei minha silhueta no vidro transparente da janela e pude constatar que no interior daquela casa antiga havia muitas pessoas.
Mesas repletas.
Um pequeno cartaz indicava a entrada ao lado do estacionamento de veículos.
- Humm, resmunguei, franzindo minhas temporas.
Então vamos.
- Sejam bem-vindos, nos acolheu a alegre hostess.
Lamento lhes informar mas só temos mesas na parte de cima.
- ?
Naquela hora eu precisava apenas de uma, de preferência arejada por causa do calor.
- Podem ocupar a 17.
Pronto.
Estamos numa das melhores indicações do bom amigo e professor, acomodados numa sala com pouco barulho e numa expectativa enorme para confirmar ou não aquela segura afirmação.
O gentil atendente nos apresentou um cardápio bem elaborado e com opções generosas.
- Pedí uma pizza com dois sabores denominadas, Bráz e Caprese.
E, chopp (Brahma), devido a agradável temperatura.
Pude observar - ao fundo - as evoluções e habilidades do pizzaiolo em lidar com as massas. Artistico até...
Foi regular o tempo de espera.
Enfim, ei-las (porque eram duas em uma).
Acondicionadas em uma bandeja com tampo de metal para impedir a perda do calor.
O primeiro pedaço sabor Bráz foi delicadamente consumido por Mme M..
Não fiz cerimônia. Fui alegre de encontro a Caprese que sumiu em alguns poucos minutos.
Não houve até então qualquer comentário de ambas as partes.
Só alguns sons incompreendíveis como, hummss, deliciii, otimmm...
Em seguida, trocamos os sabores.
E, assim transcorreu aquele consumo.
Até que refeito da experiência perguntei para Mme M.
- Qual foi vossa impressão sobre essa pizza?
- A moda Bráz, com recheio de abobrinhas é delicada, com generosa porção de queijo parmezão e azeite de oliva. Uma combinação perfeita. E a Caprese, com queijo de búfala, pesto de azeitonas pretas com folhas de mangericão gigante tem sabor mais acentuado, mas correta.
De sobremesa um exótico salame de chocolate servido com sorvete de vanilla (que poderia ser häagen-dazs).
A indicação do experiente professor F. foi acertada.

Serviço:
Pizzaria Armazém Dom Carmino
Rua Jacarezinho esquina com Cândido Hartmann
Fone (41) 3015-9993
Atende todos os dias das 18:30h até 00:00h
Comércio é comércio aqui ou em qualquer lugar do mundo.

Estou certo?

Pensando assim decidi acatar amável convite de Mlle V., para conhecer a mais recente "novidade" dessa cidade tão cheia de chuvas, frios das mais diversas intensidades e gostos e agora de "chacinas" ao estilo de outros estados do país.

Fui à Praça da Espanha, antigo reduto de valentes e brigões da cidade e que por algum tempo havia sido ocupado por grupos de, digamos, "desocupados".

Os comerciantes da região se uniram e rotularam o espaço como sendo o "Batel Soho", dando uma nova roupagem ao reduto popular.

Na verdade fui em busca da anunciada Feira de Gastronomia.

Cheguei ofegante e percorri os quatro cantos da praça. Não encontrei, algo que pudesse acomodar meu aflito estômago, por causa do adiantado da hora.

Pensei:
- Estes comerciantes são mais espertos que nós, pobres mortais. Vim para cá e os únicos lugares decentes para comer são os restaurantes em torno dessa praça.

Estava faminto e decidi visitar o Restaurante Pata Negra.
Mlle V. já estava à minha espera.

Chegaram, em seguida, o Sr. e Sra. Grein, Mlle R. Mlle T. Mlle C. e M L..

Percebi, que aquele chamamento para a feira da praça fez com que muitos buscassem restaurantes da região para satisfazer seus instintos. E o Pata Negra estava com todas as mesas ocupadas. Os esforçados atendentes estavam... se esforçando para evitar atritos maiores.

Passada a fase de indignação e acomodados, partimos para nossos objetivos.

Já no buffet aproveitei as ofertas bem dispostas: tapas, tortillas, empanadas, alguns queijos e embutidos e um atraente prato de sardinhas ao molho escabeche e outro mais com molho vinagrete.

O prato principal veio no tempo adequado: uma paella valenciana - que consiste em um preparo tradicional com frango, porco e coelho - que foi avidamente consumida por mim e por M L.

Vieram em seguida os pedidos de meus acompanhantes. Bife de chorizo e paella à moda aragoneza, com generosas porções de camarões, polvo, lulas e mariscos (foto).

Por se tratar de um restaurante espanhol, o bife de chorizo foi aplaudido.
Veio macio, tenro, tostado por fora e levemente mal passado em seu interior. Tempero leve e adequado. Me remeteu a gratas lembranças das carnes ofertadas pelos competentes argentinos.

As conversas transcorreram alegres e descontraídas.
- Este local está pouco iluminado, apontou o Sr. Grein, no que houve concordância da maioria.
- Mas, dada a posição em que se encontra as pessoas que se assentam de costas para a praça tem a visão clara dos pratos. Ao contrário, as que se sentam de frente para a rua ficam com a visão ofuscada pela intensidade de luz externa.

Nada que interefe na decoração que tem pratos decorativos nas paredes e chão de pedra, aos moldes das tavernas ibéricas.

-É um restaurante bem agradável, com uma carne de boa qualidade, complementou Mlle V..
Estavamos nos despedindo, quando chegou Mme M.L..

-Tive intenso trabalho e só me desvincilhei deles agora, disse ela, ainda esbaforida pela pressa.

- Recomendo o bife de chorizo, e te auxilio no consumo, ponderei com ar de felicidade.

(...)


Serviço:
Restaurante e Café Pata Negra
Endereço: Rua Fernando Simas, 23
Praça da Espanha
Cidade: Curitiba - PR
Telefone: (41) 3015-2003
Horário de atendimento:
De segunda a sábado, a partir das 10h.
Capacidade: 100 pessoas
"Paris já foi tão descrita e tanto já se ouviu falar dela, que a maioria das pessoas sabe como ela é sem nunca a ter visto".
Barão de Pöllnitz, 1732
Deslumbrante.
Assim foi definido o 5º Dînner D'Affaires - Um Passeio em Paris, promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil, regional PR/SC e realizado na noite de sexta-feira, no Hotel Bourbon, em Curitiba.
Visitar os principais lugares de Paris, através do software Street-View foi uma grata experiência para os quase 80 participantes do encontro.
A clareza dos detalhes com vista de 360º aliado à explicação dos lugares expostos por M. Alain Tissier, contemplou a todos.
O roteiro de apresentação - dividido em dois passeios - foi baseado no livro Addresses Paris, da escritora Angela Gouveia Vieira, também presente ao evento. E, para completar, uma organização impecável preparada para o jantar servido conforme os melhores rituais, com elegância, presteza e contemplação.

A primeira parte da visita constou de um breve passeio pelos principais pontos turisticos da cidade, incluindo museus, prédios públicos, passeio no Sena, vista da igreja de Sacrè Coeur.

Encerrada a primeira parte os garçons serviram porções de patês e pães e em seguida Quiche Lorraine acompanhado de salada verde. Junto veio um Cheverny Le Viex Clos, com 85% Sauvignon Blanc e 15% Chadornnay, produzido no Vale do Loire.

Depois de um breve intervado, veio a segunda parte do city tour com paradas nos principais hoteis, bistrôs, livrarias, centros comerciais e lojas de grifes, com as devidas explicações de quem conhece os meandros da cidade.

Com novo intervalo foi servido Boeuf Bourguignon com batatas salteadas, acompanhado do Bourgogne Macon Supèrier - Masson Dubois, Gamay. Depois disso houve a apresentação do chef Luciano Guimarães, responsável pelos alimentos e bebidas da noite, em seguida o encerramento do jantar, com a apresentação de uma seleção de queijos liderados pelo excelente Brie acompanhados pelo Bordeaux Château L'Eglise de Daget, 2006, com 60% merlot e 40% Cabernet Sauvignon.

Por fim veio um Clafoutis aux Pommes, servido com um chileno Tarapacá Late Harvest, sauvignon blanc e gewurztraminer.

O livro Adresses Paris nos encoraja e nos aproxima dessa cidade mito que se chama Paris. Sugestões simples que passa por dicas da viagem aérea, o que levar na mala, durante a viagem e bagagens. Diz, por exemplo, aos menos avisados que "nos restaurantes top, paletó e gravata são necessários mesno no verão. Quando tiver dúvidas ligue para o restaurante ou leve a gravata no bolso... Os restaurantes tem sempre o que emprestar caso você chegue sem os acessórios".
Onde dormir, onde comprar, o que visitar e, principalmente, onde comer. Informações precisas de Angela Gouveia Vieira, uma brasileira que já teve a oportunidade de visitar Paris inumeras vezes e sabiamente decidiu repassar esse conhecimento para os milhares de interessados em saber e visitar essa cidade deslumbrante.
Uma agradável e deliciosa visita à Paris, com guia parisiense, sem sair de Curitiba.
Esta é a proposta do próximo Dinner D'Affaire, que acontece nesta sexta-feira, dia 25 de setembro, nas dependência do Hotel Bourbon.
A visita será facilitada pela utilização da ferramenta de software Street-View.
Promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil, com apoio da Alliança Francesa, o evento contará ainda com o lançamento do livro de Angela Gouveia Vieira, com o titulo Adresses Paris com ilustrações de Dominique Jardy.
O encontro será ambientado na entrada da estação do outono, no hemisfério Norte.
Nada melhor do que apreciar as delicias dos aperitivos, porções de patês e torradas e Quiche Lorraine com salada verde. O prato principal prometido será Bouef Bourguignon guarnecido com batatas salteadas. Haverá ainda uma seleção de queijos. E, o encerramento será com Clafoutis aux pommes.
Promete ser um daqueles memoráveis eventos.

Serviço:
Dinner D'Affaire da Câmara de Comércio França Brasil
Locais para aquisição de ingresso:
CCFB
Rua Conselheiro Laurindo, 490 - 1º andar Cj. 14
Tel./ Fax: (41) 3254-2854

Aliança Francesa
Rua Prudente de Morais, 1101
Tel.: (41) 3223-4457

Performance École de Français
Rua Comendador Araújo, 652 , Lj.6
Tel./Fax: (41) 3016-9092

Dia 25 de setembro às 20:00 hs
Hotel Bourbon – Rua Cândido Lopes, 102 – Centro
(estacionamento com entrada na Rua Clovis Bevilaqua, 401)
Evento limitado a 80 pessoas.
- Veja bem onde você irá me levar dessa vez, heim!
Era Mme M., ainda meio aterrorizada com a ultima incursão a um obscuro estabelecimento onde além de servirem frango à passarinho "bem passado", havia numa mesa ao nosso lado um grupo de jovens falantes e mal educados.
- Prometo que iremos a um lugar civilizado (mesmo que nessa cidade já não haja mais locais civilizados como antigamente).
Mas prometi. Mesmo não sendo senador ou deputado.
-Vamos ao Bar Palácio. Lá servem um filé "grisset", franguinhos corretos, e outras variedades mais, argumentei, tentanto me redimir da ultima e desastrada aventura.
Mme M., concordou com um breve sorriso.
Curitiba está calma demais, pensei.
Pouco trânsito. Poucas pessoas nas ruas...
É a gripe suina que assusta a todos.
Uma pena denominar tão cruel virus, concluí.
Entrei, e para minha surpresa havia um grupo de familiares ocupando a mesa número um.
-Sente-se aqui, disse alegre M E..
-Sim. Vamos conversar e jantar, concordou Mme Mueller.
Ainda surpreso acomodei Mme M., e assentei.
Pedí, como prometido, file "grisset" e frango à passarinho - o original -.
E, Original, a cerveja, já que o ambiente e o tempo eram propicios para tal.
Argumentei com M. E e com M. F, que cerveja vem em pequenas garrafa, o que nos obriga o tempo todo a ficar chamando os garçons.
Lembrei-me da sensata sugestão de um aluno de introduzir entre nós a pena de galés. E fiquei sonhando como seria bom ter um garçon com a perna acorrentada a nossa mesa, só com o cumprimento bastante para chegar às bebidas. Infelizmente a sugestão não será mais adotadas nesses tempos novos.
E assim transcorreu o encontro. De conversas futeis sobre politica, cangaceiros, gripes e futebol.
-Pedi um frango grelhado que demora 50 minutos, disse M E. e já deve estar pronto.
Veio e foi generosamente consumido por todos.
E, realmente estava surprendente. Úmido, crocante e saboroso. Algo como há muito não sentia.
Um prazer incomum, preparado à vista dos comensais.
Mme M. apresentava olhar mais amável depois de consumir o file "grisset" com farofa de ovos.
E eu, com o sentimento de que havia corrigido um erro do passado recente.
Depois de consumir as carnes, veio uma sobremesa marca registrada do restaurante. O "Mineiro de botas", que consiste em uma mistura de goiabada, queijo, ovos, e banana flambado com rum.
O Bar Palácio continua único. Seu cardápio é basicamente o mesmo desde 1930, quando foi criado no antigo endereço, em frente ao Palácio do Governo, na rua Barão do Rio Branco. Faz parte da historia da cidade. Já serviu de ambientação para roteiro de filmes, diversos artigos em jornais, revistas e até livros.
Hoje, democrático, aceita a presença de mulheres desacompanhadas.

Serviço:
Bar(restaurante) Palácio
Rua André de Barros, 500 Centro
Telefone: (41) 3222-3626
Capacidade: 120 pessoas
Público: Variado
Faixa de preço: De R$ 10,00 R$ 20,00 por pessoa
Estacionamento: Conveniado
Funcionamento:
Segunda a quinta das 19h às 01h30, sextas e sábados das 19h às 03h.
Fazia muito frio naquela noite de terça-feira. O atraso do avião na chegada provocou meus instintos de sobrevivência. Estava, digamos assim, com uma necessidade de alimentos fora dos padrões normais.
Me acomodei num simpático hotel localizado próximo do Cabildo, da Catedral e da Casa Rosada.
Já se passava das 22 h.
O atencioso concierge me recomendou o Porto Madero para saciar minha fome. Fui, de taxi, até o restaurante La Bistecca Madero.
À primeira vista, simpático, com iluminação atraente e algumas mesas ocupadas. Na entrada, a atendente me avisou que a casa iria funcionar somente até 01:00h. Portanto, tinha mais de sessenta minutos para aproveitar as melhores ofertas daquele espaço. Me acomodei na mesa 44.
Vieram uns paezinhos, aquecidos e algumas focaccias (que vem a ser uns pães de origem italiana com ervas e sal). Pedi uma taça de vinho "da casa", merlot, e água mineral gaseificada. Mle. E, que me acompanhava, também estava aflita para conhecer as ofertas da casa. E, com fome.
O balcão que acomodava as opções de frios causou um delirio para os meus olhos. Diversos tipos de queijos, fiambres tradicionais, alguns legumes grelhados mergulhados em azeite de oliva, saladas de folhas e vegetais. Festivos e coloridos.
Mais ao fundo uma vistosa grelha acomodava peças de cordeiro, t-bone, bife de chourizo e outras carnes não identicadas pela confusão e colorido das ofertas.
Ao lado, outro espaço especialmente para a confecção de massas.
Consegui fazer uma breve seleção dos alimentos e acomodei em meu prato. Meio exagerado mas plenamente justificado pelo adiantado da hora.
Mlle. E., pediu ainda uma pequena quantidade de massa tipo linguini, com molho branco.
O atento garçon me ofereceu alguns grelhados.
Aceitei prontamente.
Vieram aquecidos, macios e levemente temperados.
Comi com vontade, satisfação e prazer. Porque acima de tudo estava tudo muito bem preparado.
Encerrei o jantar sem antes pedir um sorvete de vanilla. Mlle. E., pediu um pedaço de torta de chocolate. Finalizei com correção, pedindo dois cafés.


O restaurante La Bistecca Madero faz parte de um complexo de lazer às margens do rio da Prata, onde funcionou por muito tempo as docas de Buenos Aires. Desativada e recuperada, hoje abriga alguns dos melhores restaurantes, alguns fast-foods e uma extensa área para footing à margem das águas do Prata.
- Que horas são, perguntou-me Mlle. E..
- 01:00h, disse.
- Há perigo caminharmos a essa hora da noite?
- Em Buenos Aires não...


Serviço:
Restaurante La Bistecca Madero
Av. Alicia M. de Justo, 1890
Tel. 4514-4999/98/97
Buenos Aires - Argentina
Lembro-me da primeira vez que entrei no restaurante Baviera.

Não me pergunte quando, curioso(a) leitor(a), porque o tempo é implacável.

Minhas lembranças provocam grandes recordações.

Do ambiente, das companhias, das toalhas xadrez, das velas derretidas nas garrafas vazias de vinho português Mateus Rosé, dos aromas e das comidas.

Recordações de momentos valiosos que só servem hoje para gravações de depoimentos e ilustração de documentários sobre uma Curitiba do século passado.

- ...
 
Mas não pense, carente leitor(a) que esse tempo não existe mais.
 
Ele existe e está bem vivo, mesmo depois da fobia dos fast-foods e da ganância dos novos restaurantes e da proliferação de novos Chefs (que sugem como os berbigões das areias da praia de Atami) e somem a qualquer movimentação do dólar, do euro e da bolsa de valores.

Fui ao Baviera na noite de sexta-feira, com termômetro marcando 5 graus.

É nesta taverna que se descortina o que há de melhor para se fazer em Curitiba depois da sessão de cinema, da peça de teatro, de reunião de homens, ou de uma sonolenta vernissage.

O maitre recebe a todos os cliente como velhos conhecidos criando uma sensação de familiaridade.
 
Me acomodei na mesa cinco tendo ao meu lado Mme. M.L..
 
Propus um brinde a chegada do inverno com um vinho Santa Helena Reserva, cabernet sauvignon.

Estava apropriado para o ambiente à luz de velas.

A pedida foi uma lasagna "Baviera", ao sugo com uma crosta de queijo provolone e polvilhado com queijo parmezão.

Veio em seguida... acompanhada de pequenas fatias de pão aquecidas ao forno passadas na manteiga.
A quantidade fora suficiente para duas pessoas.
 
Consumimos avidamente aquela refeição, entremeados por diálogos corriqueiros sobre a vida.

Casais se ocupavam de outras mesas.

Um grupo de senhores vestidos de terno e gravatas pretas reunidos numa mesa próxima pareciam confidenciar algum segredo longe das curiosidades profanas.

Mesmo alguns comensais mais exaltados e aqueles grotescos que usualmente falam alto, não alteraram o clima aconchegante do ambiente.

O Baviera continua impassível, conservador e receptivo.

O cardápio honesto pouco mudou e a carta de vinhos, pequena, satisfaz.

Serviço:
Baviera, Cantina e Pizzaria
Rua Augusto Stellfeld, 18.
Fone (41) 3232-1995
De segunda a domingo, 18h30 às 0h.
Capacidade: 120 pessoas
Curitiba - Paraná
O texto abaixo foi escrito pelo critico de comidas Roberto Marinho, que mantinha, quando em vida, o pseudônimo, Apicius. Publicava suas cronicas sobre restaurantes regularmente no Jornal do Brasil. Escrevia como poucos, com uma visão critica e irônica. Ele se divertia e divertia a todos, com elegância e sabedoria. Deixou-nos na década de 90 sem antes publicar uma seleção de textos sob o titulo "Confissões Íntimas", pela José Olympio Editora. Reverencio a figura de Apicius por ser atual e oportuna.

" Me perguntam, às vezes, quão imprudente sou. Se adentro pelos restaurantes, de barriga empinada e dedo em riste dizendo: "Tratem-me bem, senão..." E, ainda, se pago. Comerei tudo aquilo de que falo? Será verdade que...?
Lamento: é. Bem mais interessante eu seria se fosse picaresco e algo matreiro. Mas, que posso fazer? É a preguiça.
Só escrevo o que vi. Como e pago. Nem sou melhor tratado que o comum dos fregueses, pois não me faço anunciar.
Mas todas as regras têm exceções. Em alguns restaurantes sinto que me conhecem. Eu outros, sei que capricham muito além da medida, para me confortar. E em vários lugares, certamente, me acontecem coisas deleitosas mais do que o normal.
Acho, no entanto, que por muito que uma casa tente, nunca consegue ser mais do que é. Por exemplo, leitor desafinado - se te pagassem alguns milhões, cantaria?
Por certo.
Mas cantarias direito?
Muito temo que não. E se dobrassem a oferta, tranformando os reais em euros, dólares, ienes, pérolas, ouro, um alvará para negociatas? Continuarias tão desafinado quanto antes. Só que mais infeliz.
O mesmo acontece com os restaurantes. Por mais que tentem agradar, só conseguem fazê-lo na medida que podem. Não vão além. Assim como não cantas, nem danças Prokofiev, nem sais voando, só porque te ofereceram a lua. É triste. Mas somos restringidos por limites precisos.
Os restaurantes também."

O curitibano tem no seu DNA a informação de que camarão se come no Litoral.
Há muito tempo.
Então seguindo meu instinto convidei Mme M. e Mme L., para comer o crustáceo em Paranaguá.
- O Iate Clube tem um serviço correto, pensei, e depois falei alto para que minhas pacientes e agradáveis acompanhantes pudessem ouvir. E se acalmarem, devido ao adiantado da hora.
Me enganei.
- (...).
Já no interior do estabelecimento, com apenas uma mesa ocupada, o susto:
- Não temos camarão!, disse o introspecto garçon.
E complementou:
- Teremos à noite uma recepção para trezentas pessoas e... agora não temos camarão.
- ???
- Acalmem-se! tentei neutralizar o impasse.
Mme. L., indignada com a ausência de tal desejo, evocou:
-Vamos para outro lugar...
-VAMOS!, bradei.
- Conheço um lugar que sempre serve camarões, e dos grandes, disse, tentando consolar as indefesas senhoras.
Andamos três quarteirões e encontramos o restaurante Danubio Azul.
Fomos ao céu.
Tinha tudo o que queriamos naquela hora da tarde. Ar climatizado, mesas postas, silêncio obsequioso, garçons atentos e... camarões.
Muitos, vistosos, grandes, brilhantes e sorridentes [(naquela hora via camarões sorrindo, interessado(a) leitor(a)].
Até o jovem prefeito da cidade estava lá, para a nossa segurança alimentar.
Nos acolheram com pasteizinhos recheados, uns com creme de palmitos, outros com crustáceos menores, mas delicados e quentinhos. E foram devidamente devorados.
Pedi, após a gentil recepção, lombo de pescada grelhada com legumes.
Mme.L. foi ao encontro das ofertas do buffet, com aquelas até então saltitantes criaturas. E voltou à mesa com ar soberbo de satisfação, tendo às mãos, generosa quantidade dos desejosos animais.
E, foram sumindo, um a um, cadenciados, de forma elegante.
A pescada veio em seguida. Crostada, acompanhada por pequenas alcaparras e cercada por delicados legumes cozidos no vapor.
E, foi consumida avidamente.
Levantei um brinde à CUT, à CGT à Força Sindical e todas as outras representações dos trabalhadores, porque, encontrar pescados tão delicados naquela hora da tarde, em Paranaguá, no dia em homenagem a todos os trabalhadores do nosso país, foi a glória!!!
E, por fim, um brinde ao incansável restaurante Danubio Azul, que há 55 anos atende os comensais com elegância e generosidade!!!
- Com esse discurso já posso me candidatar a um cargo eletivo, perguntei?

- Você está ficando louco, resmungou Mme M...


Serviço:

Restaurante Danibio Azul
Rua 15 de novembro, 95
Fones (41) 3423-3255
Paranaguá - Paraná

A Câmara de Comércio França Brasil, Seção PR e SC, com a cooperação da Aliança Francesa e a Agência Consular de Curitiba, promoveu nesta terça-feira, 7, o segundo Dîner D'Affaires desse ano para seus associados e convidados, tendo como principal protagonista o Champagne, sua origem, sua história e sua posição no contexto social e economico e, degustação. O evento foi realizado no novo salão do Clube Duque de Caxias e reuniu 72 convidados.
Coube ao presidente da Câmara de Comércio França Brasil, M. Alain Tissier, dar as boas vindas e apresentar a programação da Câmara de Comércio França Brasil, em comemoração ao Ano da França no Brasil, com destaque para as atividades cultural, econômica e social. E informou que a abertura oficial da programação acontece no próximo dia 21 de abril, na Aliança Francesa, em Curitiba.

Durante a alocução garçons se movimentavam entre as mesas servindo aos convidados champagne Deutz Brut Clássic, produzido na região de Aÿ, acompanhado por canapés de creme fraîche e ovas de salmão. E, Kyr Royal, que consiste em um coktail de champagne.

Em seguida M. Alain Tissier convidou o sommelier André Porto para fazer uma breve apresentação sobre os vinhos espumantes da região de Champagne, seus métodos de fabricação e a legislação que regula a elaboração desse vinho. Concluída a apresentação e aplausos de aprovação teve início o jantar preparado pelas chefs Andréa Cilene Dureck e Roberta Costa Ribas, com a seguinte ordem:

Terrine de lapin et foie sur salade verte, com os inseparáveis pãezinhos franceses.
Ouviu-se, a partir daí um silêncio incômodo, sinal de que os convivas estavam bastante atentos a todos os momentos do encontro. Principalmente a parte que trata do estômago e adjacências.
Do silêncio para a felicidade!!!
A delicadeza e a combinação exata do coelho com as folhas verdes com toques de bálsamo e gergelin supreenderam a todos.
Atenciosos auxiliares serviam champagne com muita precisão.
Passada a surpresa inicial, outra mais:

Ballotine de volaille farcie aux champignons et au vin blanc avec ses légumes.
Tenro, crocante, combinação surpreendente da maciez da carne branca com os delicados champignons envoltos em molho de adequada textura.
Seguiu-se a oferta de champagne Angel Dust Extra-Dry e um Château Blasson Timberlay, sauvignon blanc.
Comentário especial: o champagne Angel Dust Extra-Dry, Part des Anges, é um blanc de blancs (100% Chardonnay) elaborado com uvas de uma das mais badaladas subrregiões de Champagne, a Avize, no coração da Côte des Blancs.
-Merece aplausos não acha? Disse à Mme. M., ao meu lado esquerdo.
-Sim, está perfeito, respondeu, com ar de satisfação.
À minha direita a Sra. Celeste Fernandes concordou com minhas observações. Entre uma garfada e outra, falava sobre um interessante projeto de movimentação artística popular denominado karaokê coral, aos moldes desenvolvidos em Paris.
De sobremesa vieram:
Petit panier croquant de pomme à la vanille et son coulis de fruit rouges.
Ainda houve tempo para a apresentação do programa institucional do Ano da França no Brasil, por Mme. Laure Gyselinck, diretora da Aliança Francesa, a ser desenvolvido este ano.
Mas os convidados estavam assim... inebriados pelo conjunto da obra apresentada naquela noite.
Foi mais um momento de perfeita integração da cultura francesa em terras brasileiras.
Allez!!!

Serviço:
Para saber da programação do Ano da França no Brasil, acesse,
http://www.anodafranca.com.br/
Republicado, por oportuno.

Na segunda-feira fria de inverno fui ao Restaurante Durski, nas ruínas de São Francisco por uma causa muito nobre.Jantar de solidariedade ao custo de R$ 200,00, com arrecadação para os mais carentes.
Na verdade um Winne Dinner com todos os componentes necessários para tal.
Um banquete tradicional copiado da França, com expectativa de sete brindes.
Coordenado pelo chef Júnior Durski - ele mesmo comandando a cozinha.
E foi assim.
Exultante, aplaudido, elogiado, brindado por todos os 38 convidados. Memorável pela delicadeza, suavidade dos acompanhamentos e pelos vinhos (esses, um comentário à parte pela felicidade das indicações do sommelier Ronaldo Bohnestengel).
Teve inicio com lâminas de Salmão defumado, sob salada russa e creme de beterrabas, brindado com o espanhol Cava Dom Roman Brut.
Aplausos.
Intervalo.
Em seguida, um Robalo flecha, com trufas negras sobre calda suave de legumes, acompanhado de um francês Château Reynon Denis Dubourdieu 2006.
Aplausos.
Intervalo.
Raspberry sorbet Häagen Dazs. Suspiros entreouvidos.
Intervalo.
Carpaccio quente com cogumelos finos, trufas negras e parmeggino reggiano, ao suave perfume de limão de tapera, acompanhado pelo argentino Dona Paula Pinot Noir, safra 2005.
Mais aplausos.
Intervalo também para fumantes.
Massa fresca, com polpeta recheada com muzzarela cremosa, lentamente cozida em molho de tomates frescos e sálvia servida com o chileno Marques da Casa Concha Cabernet safra 2004.
Intervalo
.Lombo suíno, cozido lentamente em molho de ervas e nata fresca, servido com o vinho tinto português Marquês de Borba Alentejo, safra 2005.
Alegria geral e aplausos.
Encerrando com um delicioso cheesecake com caldas de frutas vermelhas, acompanhado pelo excelente Château Ramon Monbazillac, 2004, produzido na França.
Muita alegria estampada nos rostos dos convivas depois da aclamação!!!
Caro?
Sim para os nossos padrões.Mas, justo e perfeito para uma causa nobre.

Serviço:
Restaurante Durski
Rua Jaime Reis, 254 - São Francisco - Largo da Ordem -
Curitiba - PR -
Fone: 41 3225 - 7893

Postado por Edson Luiz Vieira às 2/10/2008 05:03:00 PM
Veja o que é uma surpresa, caríssimo leitor:
Estava eu caminhando com Mme.M.L., cabisbaixa, tristonha, e pensativa, após uma simples consulta médica.
Em jejum matinal.
Olhar de poucas palavras.
Não pelo fato em sí.
Mas por estar com fome.
Passei por uma confeitaria de origem árabe.
Simples, sem qualquer atrativo.
Parei.
Disse:
- Vamos entrar?
Ela concordou com um balançar de cabeça.
Num balcão lateral, diversas travessas apoiavam, doces. Simpáticos, brilhantes, alegres (se é que doces expressam esse sentimento?!). Mais ao fundo serviçais se agitavam entre fornos e mesas, separadas por divisória de vidro. Com aventais. Assépticos.
Gagejando perguntei a uma atendente:
- Tem algum salgado?
- As sfihas sairam do forno, respondeu.
Olhei para minha amável companheira.
Ela sorriu de contentamento pela boa noticia.
Pedi algumas.
Vieram.
Quentinhas, crocantes nas bordas. Abertas com recheio de carne e bem temperadas.
Uma felicidade para o corpo.
Depois de devorá-las, me atirei naquela atração inicial exposta no balcão.
Primeiro, uns mini faysallyah, que vem a ser uns rolinhos de massa de macarrão com recheio de castanha de caju moida coberta com calda doce. Depois, uns ninhos de figo e nozes. Em seguida, basma de pistache, que é uma massa de macarrão moido, assado e recheado com pistache e coberto com calda doce. E, por fim, maamol (foto), que consiste em uma massa de semolina recheada com doce de nozes.
Havia outras atrações naquela balcão.
Tão gostosas quanto as consumidas em ritmo de pós jejum.
Não satisfeito adquiri outros mais para serem comidos, digamos ... posteriormente em casa, sem culpa nenhuma.
Uma gostosa surpresa!!!


Serviço:
Al Bába - Confeitaria árabe
rua Emiliano Pernetta, 865, Batel
Fone (41) 3018-1077




Sou paranista mas sempre vou aos jogos do Atlético e do Coxa.
Gosto de um bom espetáculo.
Assim sendo aceitei amável convite de Mme.T., para uma disputa inusitada, nesta sexta-feira,13. Ultima do horrivel horário de verão.
O embate era para definir quem produz o melhor vinho francês:
Bourdeaux ou Bourgogne.
O feliz evento foi promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil, pela Agência Consular da França e Aliança Francesa de Curitiba.
Denominado Dîner d'Affaires - Bordeaux X Bourgogne, os quase 50 convidados se reuniram no agradável Babette Café, com direito a degustação de vinhos branco e tintos, acompanhamentos e sobremesas.

O clima era de uma disputa esportiva.
Não como a de rugbi.
Mais para criquet.
O encontro teve inicio com uma breve apresentação e caracteristicas da região de Bordeaux, por M. Alain Tissier, e em seguida uma explanação sobre a região de Bourgogne, por M. Marc Barral.
Dos vinhos brancos servidos o destaque ficou por conta do notável Blason Timberlay, sauvignon blanc, safra 2005, de Bordeaux. Da região da Bourgogne veio o Masson Dubois, chablis, safra 2004.
O primeiro confronto foi de total equilibrio.
Para acompanhar os astros principais foram servidos:

1. aspargos com presunto parma;

2. mousse de foie gras no pão pumkernikel (com redução de acetato balsâmico) ; e,

3. alho porró gratinado com queijos ementhal e roquefort.

Ao término do primeiro tempo, muito diálogo, discussão acirrada e uma harmonia incomum.

O placar estava indefinido ainda.

O segundo tempo começou com o grande destaque da Bourgogne chamado Masson Dubois, Pinot Noir, safra 2006. Este vinho apresenta aromas de frutas vermelhas, com toques de carvalho. É um vinho jovem e agradável. Por Bordeaux, foi apresentado o "craque" Domaine de Cheval Blanc, tinto, safra, 2004.

Novamente, perfeito equilibrio de forças.
Para acompanhar, cogumelos recheados com salsão e panceta.
Ouvi muitos humms, de satisfação. E não era para menos. Estavam tenros, delicados e saborosos.
Em seguida um exótico pudim de queijo com compota de frutas secas e especiarias.
Suave e ao mesmo tempo com toques de acidez, que agrada a todos os do hemisferio norte.
A calda de frutas vermelhas acentua e equilibra a combinação.
E por fim um mini risoto de cordeiro com manteiga e ervas. Servido em uma terrine, a quantidade foi suficiente para concluir que a combinação também estava perfeita.

No coração da França - a região de Bourgogne - a palavra corrente é viticultura. O vinho é o principal personagem e tudo o que dele deriva faz parte da tradição bourguignonne. Bons vinhos exigem bons acompanhamentos. Assim surgiu a famosa mostarda de Dijon, que é a capital da região. O escargot - pequeno caramujo - é outra iguaria muito apreciada na região. A raça de gado charolês vem de lá.
Por sua vez a região de Bordeaux tem uma produção de mais de 700 milhões de garrafas de vinho por ano. Os vinhos tinto e os brancos doces (sauternes) fazem crescer o conceito dessa conhecida região. A fama dos produtores de Bordeaux é atribuido a base geológica do solo que é o calcáreo. Os cursos dos rios Garonne e Dordogne, que irrigam a terra e o clima litorâneo, com alta umidade atmoférica concorrem para a criação de um ambiente perfeito para o plantio e cultivo das uvas.

Recolhidas as fichas de avaliação foi anunciado pelo presidente da Câmara de Comércio França-Brasil o seguinte resultado:

Bordeaux: Brancos 23 votos; Tintos 29 votos;

Bourgogne: Brancos 15 votos. Tintos 9 votos.

Aplauso geral.
O resultado foi comentado durante a sobremesa que tinha as seguintes ofertas:

a. cigarretes crocantes de xerém de castanha de caju no chocolate;

b. mini clafoutis de frutas vermelhas;

c. queijo brie com geléia de pimenta.

Noite agradável, disputa acirrada sem vencedor declarado. Apenas a manifestação parcial de preferência de um grupo descompromissado e curioso por (re) conhecer tão nobres propósitos dos irmãos franceses.
Serviço:
Babette Café - Aliança Francesa
Alameda Prudente de Moraes, 1101
Fone 3205-0955
Atende das 08:0h até as 23:00h (Sab. até as 16:00h. Fecha domingo)
Por conta da politica econômica e por causa do planejamento ordenado, Curitiba vem experimentando novos empreendimentos em sua limitada área urbana. São condomínios residenciais, condomínios comerciais, associação de investidores, novas industrias.
Curioso para conhecer essa nova cara da cidade, fui numa dessas associações, no interior do ParkShopping Barigui, mais precisamente no 5° piso de estacionamento.
No espaço estão reunidos diversos restaurantes, distantes dos conhecidos fast-foods.
Entrei num deles - Restaurante Mediterraneo - que serve à lá carte, mas também disponibiliza o servido de buffet aos sábados e domingos( R$ 38,90 por pessoa).
Espaço ambientado para receber confortavelmente mais de 50 pessoas.
Iluminação adequada. Cadeiras anatomicas e talheres e pratos de acordo com o público a que se propõe.
Duas mesas de buffet - uma com antipasto e outra com saladas e pratos quentes - ficam à disposição dos frequentadores.
Um balcão separado por uma parede de vidros oferta três tipos de massas com diversos molhos.
As massas são cozidas na frente dos comensais.
Há ainda a opção de carnes grelhadas, mas não se inclui no preço do buffet.
Da mesma forma que as bebidas, sobremesas e outros complementos como o café.
Enfim.
Como o horário do almoço já estava quase se aproximando do do jantar, ar circunspecto e pouco diálogo marcaram o inicio dessa empreitada.
Compreensivelmente, Mme. I., não deu ouvidos e atenção àquela situação transitória.
Pôs-se a observar o ambiente e as pessoas e em seguida aos pratos de antipasto e das saladas.
Acompanhei com atenção.
Me servi das alegorias ali expostas.
Há o que se pode chamar de "tudo de bom".
Sem, evidentemente, a preocupação com o peso dos produtos.
- Como estão as suas escolhas, perguntei.
- Ótimas, sem a necessidade de acrescentar outros ingredientes, disse Mme.I., com ar de alegria.
Passada a fase inicial, investi nas massas.
Solicitei ravioli de cebola com molho parmesão.
Veio adequado e um pouco adocicado pelo recheio, mas saboroso, ao final.
Mme.I., se serviu de uma lasagna de frutos do mar, descrita como correta na massa e nos complementos.
Me aventurei ainda numas costeletas de javali que estavam macias, saborosas.
E, Mme. I. retornou aos pratos quentes para experimentar o escondidinho de carne seca.
-Acho que me excedi na complementação, disse ela.
- !
Pedi, em seguida um café expresso que veio acompanhado de um chcolate schimelpfeng com geleia de frutas vermelhas. Uma combinação perfeita.
Veio a conta.
- ?.
Para minha surpresa o preço estava abaixo do combinado na entrada.
Paguei e esperei a reação.
O garçon retornou com a conta correta de três digitos.
Mme. I. me interrogou:
- Voce vai reclamar?
Respondi em tom de brincadeira, com semblante britânico:
- Well?
- What can I do?

Serviço:
Restaurante Mediterraneo
ParkShopping Barigui
5º Piso