Blog do Edson

Comentários sobre comidas, bebidas e afins.



Caminhando pelas ruas de Buenos Aires, me veio alguns pensamentos bons.

Recordei as primeiras vezes que lá estive e quantos momentos bons ficaram registrados em minha mente.

 É uma cidade exuberante, charmosa, inteligente e... gastronômica.
 Assim, passeei no tempo e, sem qualquer pretensão, cheguei ao final – ou começo - da calle Florida (sempre ela).
Me deparei com um cartaz em frente a um restaurante que, em uma frase, me hipnotizou.
Dizia:
“Hoy milanesa de ternera com papas fritas.”

Era o que eu esperava encontrar.

Olhei para um lado e para o outro ainda meio desconcertado pelo apelo daquela frase e segui meus instintos.

Passava das 14:00, hora propicia para o recolhimento e alimentação.

Entrei no restaurante com o nome pomposo de Paseo de las Luces.

Pedi um chopp Quilmes para suprir minha sede e me hidratar por causa do esforço da longa caminhada.

Ao meu redor poucas mesas ocupadas. As principais ao lado de grandes janelas com vistas para o passeio,  havia grande movimentação de transeuntes.  Onde me acomodei dava para ver todos os ângulos internos e externos.

O introspecto garçon me apresentou o cardápio com opções poucas.

Mas, tinha a idéia fixa naquele que é o prato principal dos argentinos.

 - Traga-me uma milanesa de ternera com papas fritas e,... mais um chopp,  ordenei, de forma educada.

Passado alguns minutos, veio,  “a lá napolitana”, lembrando o conhecido bife à parmegiana. 

Festivo !!!

Avancei sobre aquele prato com ímpeto de um atleta de rugby em busca de um try.

Estava crocante, macio e saboroso, sem qualquer indicio de gordura. O queijo derretido por cima com o molho de tomates e orégano deu um toque especial à combinação. E, as batatas fritas estavam corretas. Mas em grande quantidade.

Consumi de forma cadenciada, espaçada, aproveitando cada minuto daquela refeição.

Passada a fase de euforia – sem desmerecer o chopp -, parti para a sobremesa.

Veio  um flan, com creme. Delicado, consistente e doce, como eu havia projetado.
E, por fim, um café.

Me despedi, e caminhei pelo complexo histórico e cultural, Manzana de las Luces. Visitei seus misteriosos túneis.

Entrei na igreja de Santo Inácio ( a mais antiga de Buenos Aires) e agradeci por todas as graças recebidas.

Serviço
Restaurante Paseo de las Luces
Diagonal Julio A. Roca 592, Microcentro,
 Buenos Aires - Argentina

Telefones:4331-6142
Horarios: Segunda  a sábado, almoço.
Cozinha Portenha



Retornei ao Gran Café Tortoni naquela manhã de 6 de outubro para recuperar um pouco mais das histórias antigas de Buenos Aires. Das manifestações culturais, filosóficas e artísticas e até esportivas.

Espaço criado em 1858 por um imigrante francês de sobrenome Touan. 
Passou por  poucas mudanças e continua no mesmo local, na Avenida de Mayo, 825/9.

Impassível.

Adentrei ao salão principal. 

Observei os vitrais, as fotos nas paredes, as colunas imponentes e as mesas em madeira de lei com tampos de mármore,  cadeiras com braços e assentos revestidos em couro. No teto, uma verdadeira obra de arte em vidro colorido e luzes.

Me acomodei na mesa 26, ao lado do balcão de atendimento dos garçons.

Pouco movimento por causa da hora do dia.

Pedi café com media luna, apenas para passar alguns minutos naquele verdadeiro templo onde se encontram pessoas de todas as idades, origens, raças, cor  e credos. Local de peregrinação e encantamento.

Sorvi aquele correto café com nacos de media luna  (com as pontas crocantes). Descobri que as extremidades crocantes se diferenciam dos croissants .

Passada a fase de encantamento, observei as pessoas acomodadas em outras mesas próximas. Muitas pediam para que os garçons fizessem registros fotográficos com suas câmeras e telefones celulares. Gentis, atendiam com toda a atenção e zelo.

Certamente passaria o dia contemplando aquele ambiente sóbrio, requintado e aconchegante.

Mas, como tinha que partir, pedi a conta. Paguei e fui conduzido até à porta por um garçom  que me explicou que no subsolo há um salão com apresentações de musica e dança de Tango, à noite.

- Mas é necessário reservar, concluiu.

Serviço

Café Tortoni

Buenos Aires - Argentina
Fone +54 (11) 4342-4328
tortoni@cafetortoni.com.ar 

O dia era de sol.

Combinei de almoçar em um lugar próximo, que pudesse caminhar e apreciar as cores da primavera.
Lembrei de um novo restaurante com apelo para a gastronomia, com o nome shakesperiano de Cordélia.

Caminhei pensativo:
- Será que haverá surpresas?

 Fui, interrompido por latidos e mais latidos vindos do interior das casas próximas ao estabelecimento.

Também pudera!!!

Em frente há uma dessas que abriga animais solitários que vagam pelas ruas do bairro. Muitos, e barulhentos, e ...

Bem, curioso leitor. Não é o momento adequado para detalhar o que se passa com aqueles infelizes quadrúpedes.

Adentrei e me acomodei na mesa 26.

Após uma breve ambientação, recebi a inesperada presença de Mme. M.T., uma conhecida que acabara de consumir um sorvete.

???

- Viajo muito, e na minha ultima incursão, num navio, trouxe para casa, sabem o que? PERCEVEJOS !!!
- Aqueles malditos bichinhos que picam nossa sensível pele e nos incomodam muito. Tive que contratar um serviço desses que acabam com essa praga – disse indignada.

Mme. M. L., e Mle. H., que me acompanhavam, fizeram alguns gestos meio incompreensíveis, mas, indignadas pelo inusitado da conversa, permaneceram impassíveis.

- Mas estou planejando novas viagens, afirmou Mme. M.T., de forma persistente.
E, assim, se despediu.

Enfim, desfeita a curiosidade, partimos para os pedidos.

Para mim e para Mme. M. L., bisteca à milanesa, com purê de batatas.
Mme. H., pediu um salmão grelhado e seus complementos.

Vieram, depois de alguns minutos.

Vistosos.

Nas primeiras garfadas, silêncio.

Questionei, Mme. M. L..

- O que achou?

Está macio, crocante. O purê está cremoso. Mas..., o cozinheiro quase errou a quantidade do sal.

Continuamos a consumir aquelas porções.

 Pedi para provar o salmão.

- Mas você não gosta de salmão, disse a zelosa Mle. H..

Gosto de salmão do Norte. Esses de “fazendas” chilenas estão sob suspeita, esclareci.
Depois de provar, conclui:
- Está bem feito, mas o gosto continua muito acentuado.

Continuamos falando sobre amenidades, intercalados pelos barulhos estridentes dos latidos vindos dos diversos animais irrequietos, das casas vizinhas.

Provamos os sorvetes, que estavam adequados.

Conclui  que é insuportável conviver com vários animais mal cuidados nas vizinhanças de um bairro como o Cristo Rei.

Vamos promover um manifesto, disse a gerente do estabelecimento.
- Sim.
Mas recorrer a quem?

Serviço
Cordélia Gastronomia
Rua Oyapock, 213
Curitiba - Pr
Fone: (041) 3209-0742


O convite estava afixado no elevador:

“Seafood Buffet Night”

“Desfrute de uma variedade de frutos do mar que caracteriza. Ostras frescas, com especialidade Mariniere mexilhão, do camarão de rio, autêntico salmão defumado, sushi e sashimi variados, frutos do mar gourmet e muito mais.”

Aquilo provocou os melhores pensamentos  e imaginações.
 - Será verdade?
As dúvidas seriam dissipadas horas depois, quando adentrei ao salão do The Square  Restaurant, do Novotel Bangkok on Siam Square.

Caminhei vagarosamente entre as ilhas de ofertas e as mesas do  buffet, até me acomodar na mesa 5, ao lado da janela e em frente ao grill. O gentil atendente me ofereceu uma taça de vinho branco “chadornay”, gelado como convém.

Sem muito o que esperar, parti para as primeiras incursões. Alguns nigirizushi de atum, uramakis,  sashimi de salmão defumado, alguns nacos de peixe marinado e cobertos com gergelim, shoyu e wasabi.

Foram todos consumidos rapidamente, com a percepção dos sabores acentuados e frescos. O wasabi – que conhecemos –  é um tempero em pasta verde, feito da planta wasabia japônica, sendo cultivado na região de  Amagi, na península de Izu, Shizuoka, Hotaka e Nagano, no Japão. Se espalhou por todas as regiões do hemisfério.

Coloquei uma porção generosa de wasabi em um dos sushis e consumi.

Estava muito forte aquela pasta, mas com sabor extraordinariamente delicado.

Numa segunda incursão, camarões de rio e mexilhões. Delicados.

Na terceira, uma porção de garoupa grelhada sob a minha supervisão, acompanhada com um molho agridoce, levemente apimentado. Deliciosa.

Na quarta incursão, um passeio por um balcão com diversos ensopados. Lulas, polvos, ostras, noodles, frango tailandês ... (?)

Parei e pensei ( consegui pensar depois de tantas opções consumidas):
Vou conseguir consumir uns nacos de frango tailandês?
Já no prato me acomodei à mesa e aos poucos fui consumindo aquilo. As partes internas de minha boca sentiram imediatamente os efeitos do molho que cobria aquele frango. Apimentado, com sabor exótico e macio.

O maitre percebeu as dificuldades deste iniciado e ofereceu mais uma quantidade de vinho e a reposição da água.

Passada a fase da curiosidade, ainda foi possível consumir alguns lagostins.

Quando tudo parecia terminar, passei pela ilha dos doces, rapidamente, mas com um prato novo em mãos, consegui acomodar uma mousse de café, e uns docinhos exóticos que agora não lembro o nome, com uma generosa porção de açúcar cristalizado molhado e... apimentado.

Tomei um cafezinho e fui caminhar pela rua Siam.

Serviço
The Square Restaurant
Novotel Bangkok On Siam Square
392/44 Rama I Road
Pathumwan Bangkok 10330, Thailand

Aberto para jantar das 18:00 hr às 2200 hr
Pergunto:
Existe algum segredo na confecção de um sanduíche misto quente?
 
Respondo:
Não há qualquer segredo.

É muito simples.
 
Qualquer pessoa em sã consciência faz.
 
Basta dispor de alguns bons  ingredientes  quais sejam:
Um pão francês, uma generosa fatia de queijo de boa origem (Ementhal, gouda ou assemelhados), uma fatia de presunto fresco, também de boa procedência, manteiga e um forno elétrico, ou grill.
 
Questiono ao curioso leitor:
 
Tem algum segredo?
 
Muito bem...
Entrei numa dessas renomadas padarias, chamada Requinte, e pedi um misto e um refrigerante com gelo, objetivando saciar um dos meus instintos mais simples: a fome.
Mme. M.L,  que me acompanhava, juntamente com Mle. H., e Mr. D. de Somer,  também fizeram seus pedidos sem, no entanto,se aventurarem  no extenso cardápio de sanduíches, saladas e  outras atrações insossas e caras.
 
Os jovens pediram sucos.
 
Mme. M.L., também pediu um misto quente, adequado pela hora da tarde.
 
Vieram.
 
O meu com queijo (?)  derretido em suas bordas, sem corte central no pão, banhado em óleo. O da minha acompanhante, igualmente encharcado naquele liquido amarelado que sai da massa de queijo.
 
Após análise detalhada e sem outras opções _ porque o garçon rapidamente se afastou diante do meu olhar de surpresa – parti para o consumo.
 
Não estava bom.
 
Refleti:
 
- Há um entra-e-sai de pessoas aqui. O local é famoso e a cozinha não dá conta de tantos pedidos.
 
Ou:
Erraram somente o meu e da indefesa Mme.
 
Ou ainda:
Faltaram alguns funcionários e fizeram os dois mistos quentes, de qualquer jeito...
 
Enfim:
 
Busquei, em silencio, diversas conclusões para me consolar e acalmar os ânimos dos que me acompanhavam naquela infeliz tarefa.
 
Para agravar tal situação, um casal sentado ao meu lado, confessava em altos decibéis as aventuras amorosas com seus primeiros namorados (as).
 
Pedi por fim alguns sonhos recheados com doce de leite – os melhores da cidade, objetivando alegrar um pouco aquele ambiente.
 
- Garçom, traga-me alguns sonhos recheados com doce de leite, por favor.
 
O garçom voltou da cozinha e me disse em voz baixa:
 
- Não temos mais os de doce de leite.
 
... (????)


SERVIÇO
PADARIA E CONFEITARIA REQUINTE
Rua Recife, 34
Bairro Cabral
Curitiba – Paraná



A conversa girava em torno da compra de uma mesa de jantar que pudesse abrigar  seis cadeiras . Mle. T. Grein já havia pesquisado alguns modelos e me convidou para acompanhá-la até a loja que estava ofertando tal objeto.


Entendo que minha opinião seria de fundamental importância uma vez que sou  observador das coisas que giram em torno de uma boa alimentação e congraçamentos.
E, convidei de imediato, Mme. M, para que nos acompanhasse em tal aventura.
Chegamos ao endereço combinado.

Contei para minhas agradáveis acompanhantes que certa vez, um estimado professor, chamado Francisco, havia me confidenciado que naquela loja de móveis havia um Café onde serviam empadas delicadas vindas especialmente de São Paulo. Fabricadas pela Granossanto, localizada na Vila Clementino.

De imediato esquecemos a tão comentada mesa e as seis cadeiras e nos acomodamos num pequeno espaço no interior da loja Tok & Stock , chamado Café Design.

- Vocês servem empadas ? Perguntei à atendente.

- Sim, temos apenas três, duas com recheio de frango e uma com recheio de palmitos, respondeu, e complementou:

- Temos mais algumas ainda  no forno.

- Então nos sirva estas e reserve as outras para depois de nossas compras, argumentei.

Vieram.

Delicadas, sorridentes e quentinhas, tais como devem ser, para nosso delírio.

Sei – caríssimo(a) leitor(a) – que empadas não sorriem, mas, aquelas estavam tão acessíveis e únicas que para a minha felicidade... estavam sorrindo.

Avancei discretamente sobre a de frango.

Causou-me um prazer momentâneo.

A delicadeza da massa “podre” aliada ao recheio levemente temperado e sutilmente salgado foi a combinação perfeita para aquele momento.

Ouvia alguns sons do tipo “humm”, a “minha extá uma dlicia”, ou “dos deuses”!!!, sem decifrar o que realmente falavam Mme. M. e Mle. T..

Passada aquela fase desconcertante, voltamos ao normal.

- Agora vamos ver aquela mesa anunciada, com as seis cadeiras, disse com ar determinante Mle. T..

- Vamos sim, concordou Mme. M..

- Sim, mas voltaremos para consumir outras mais, conclui em voz alta para que a atendente ouvisse e  permanecesse alerta.

SERVIÇO

Tok & Stock
Rua Capitão Souza Franco, 753
Bigorrilho - Curitiba - PR
CEP: 80730-420
Tel: (41) 2111-7200 |
e-mail: tokctb@tokstok.com.br


Horário:
2ª a Sábado - 9h às 22h
Domingo - 12h às 20h
Não me agrada festivais gastronômicos.

São enfadonhos. Cansativos.

Prefiro os restaurantes que usam produtos da estação com gostos e cheiros característicos.

Ainda nesta semana e na outra que vem, há um deles.Com todos os requintes e visuais para atrair as pessoas, pobres mortais e outros nem tanto.

Sabendo dessa incomoda movimentação contei para Mme. M.L. um sonho gastronômico que tivera na noite passada.

- Sonhei que estava comendo camarões, grandes, crocantes, descrevi.

- Não existe camarões crocantes, disse-me, com ar incrédula. Só se for frito com cascas...

Ao que retruquei:
- Eram grandes, cobertos com uma leve crosta de queijo parmesão ralado !!!

- Ah, sim, respondeu ela, entendendo aquele delirante relato.

- Então. Já que estamos falando de crustáceos crocantes, que tal irmos ao Bistrô do Victor?

- Lá servem comidas bastante atraentes, tem uma boa carta de vinhos, e...

- Espere, disse, mudando o tom de voz. Esse lugar que você se refere está na relação dos restaurantes, aqueles dos festivais que...

-Sim, mas vamos lá conferir. Vai que...

Após essa breve conferência, chegamos ao local definido, sem reserva de mesa.

- Peço que aguardem alguns minutos, recomendou o gerente da casa. 
- É que como fazemos parte do movimento da semana dos restaurantes de Curitiba, as mesas estão todas ocupadas e...

- Viu. O que falei. Esses festivais atrapalham nossa vida, resmunguei.

Foram só alguns minutos e nos acomodamos numa mesa confortável.

Pedi a oferta número 1 do "Festival" que consiste em uma entrada, prato principal e sobremesa.

Era uma Mesclum de folhas  com escabeche de camarão, que confesso, supriu em parte os desejos manifestados em meu sonho da noite anterior. Os camarões estavam leves, macios, e as folhas frescas.
Minha acompanhante pediu a opção 2, com entrada de  mesclas de folhas frescas com palmito, tomate cereja, nozes carameladas e creme de aceto balsâmico. 

Os tomates vieram muito tímidos, porque a fase não está favorável para o consumo desta fruta, nesta época do ano.

Depois veio a atração da "festa".

Para mim, Polvo à espanhola na brasa, couscous marroquino com quinoa e pesto de azeitonas pretas.

E, para Mme. M.L., a opção dois que consiste em um generoso linguado havaiano, grelhado, com molho de camarões passados ao curry, leite de côco, uvas thompson e spaghetti passado na manteiga.

Os meus tentáculos estavam generosos, macios, com leve sabor defumado, com boa combinação de couscous marroquino com quinoa. Mas, o que deveria ser uma perfeita combinação com o pesto de azeitonas pretas acabou sumindo no prato, porque a minha porção ficou reduzida a alguns filetes do molho.

Pedi para experimentar o linguado de Mme. M.L.. 

Estava correto com leve sabor amanteigado.

As porções eram generosas, adequadas e o atendimento estava perfeito, mesmo com todas as mesas ocupadas.

Por fim, a atendente nos trouxe as sobremesas.

O meu sorvete de queijo com molho de frutas vermelhas estava com uma combinação correta, adequada para o que veio antes.

E, a sopa de chocolate com morangos da minha companheira estava muito interessante e foi consumida rapidamente.

Fechei a conta e saimos para caminhar naquele shopping.

- Você concorda que festivais tumultuam a vida das pessoas? Perguntei.

-  Sou a favor de festivais, disse ela.


SERVIÇO:

Bistrô do Victor
Parkshopping Barigui
Espaço Parque Gourmet
Fone (41) 3317-6920

  
Sempre que posso visito o Mercado Municipal.

Na semana Santa não foi diferente.
Lá havia tanta oferta de bacalhau que me deu a impressão que a Noruega era aqui.
Tinha até bacalhau vindo da China !!! Acreditem.

A atração dessa festa era o bacalhau Porto dessalgado, congelado e pronto para consumo.

Respeitei a sexta-feira da Paixão.

Fiz um breve jejum e inclui aí, algumas lascas do tipo Porto, com legumes em azeite de oliva grego.

No sábado, já refeito, voltei ao normal.

- Vamos a uma churrascaria, convidei com ar de alegria Mme. M.L, que prontamente respondeu com um meneio de cabeça.

E, indicou: para os lados do Batel tem algumas de boa qualidade, mas pecam pelo preço.
...

Vamos conhecer a nova Churrascaria Badida, pensei.

Sem reservar, havia poucas pessoas na lista de espera.

Me encostei no balcão e em poucos minutos a atenciosa concierge nos encaminhou para uma mesa ao lado da imponente adega climatizada.

O  atendente nos ofereceu as entradas que consistem em azeitonas, cubos de manteiga, pequenas batatas cozidas e temperadas, beringelas, salada de cebolas, farinha, e uma travessa de folhas com tomates, cenouras e pepinos crus.

As ofertas de carnes são generosas com fotos tentadoras no cardápio.

- Que tal uma picanha, arrisquei?

Novo sinal de concordância de Mme. M.L.

Para minha surpresa, veio crua, estendida em uma bandeja de inox, com a capa de gordura branca para cima e a carne rosada. Uma visão quase virtual, de sonho, só rompida com a voz do garçon me questionando se a peça estava de acordo e de como gostaria de recebê-la depois de pronta:

- Ao ponto ou mal passada, perguntou?

Acordei, depois de alguma fração de segundo, salivando, e disse:

- Grelhada...

Veio, delicadamente macia, pouco sal, como convém, e levemente defumada por causa da fumaça da grelha.

Devorei os dois primeiros pedaços avidamente com a gordurinha lateral quase crocante.

Depois mais dois, com farinha e saladas.

Nesse meio tempo nos foi servida a travessa de batatas fritas infladas – iguais as que são ofertadas nos restaurante de Buenos Aires.

Por fim mais duas fatias, ainda tenras, quentinhas e macias.

- Melhores do que aquelas que você faz... balbuciou Mme.M.L.

Até aquele momento tinha a firme convicção de que fazia uma boa picanha.

Comentei com o garçon sobre a maciez e delicadeza da carne. Prontamente me convidou para conhecer a grelha em estilo uruguaio, com inclinação de 45 graus onde se preparam os assados.

Me convenci de que estão aptos a continuar preparando carnes de acordo com a tradição e costumes do hemisfério Sul.
E, terei que melhorar meus conhecimentos sobre assados.

As ofertas de sobremesas são tentadoras.

Me limitei a um cafezinho servido com dois nacos de muffins.

Sai daquela casa pensando comigo mesmo... tenho que retornar a escrever sobre comidas, porque é necessário.

SERVIÇO:

Churrascaria Badida

Rua Sete de Setembro, 6045, Seminário, Curitiba, Paraná

Fone (41) 3243-0473

Atendimento de segunda a sábado, almoço e jantar. Domingo, almoço.

Ambiente climatizado.

Estacionamento com manobristas











Acordei com diversos pensamentos hoje.
Deixei os maus e forçei acreditar que as populações do mundo são felizes.
Os jornais dizem que os países estão em festa.
Populações comemoram seus feitos heróicos - pós futebol - com manifestações públicas.
Na Coreia do Sul, no Japão, na Holanda, no Uruguai, no Paraguai e até no Chile que sofreu agressões da natureza recentemente.
Na Espanha, então... ainda é feriado. São campeões.
No Brasil o foot ball, inventado pelos ingleses, não empolgou.
Na França é feriado, hoje, por causa da revolução do proletariado.
Pensando assim, fui almoçar no Babette Café, que fica na Aliança Francesa, tradicional escola do idioma mais elegante do mundo.
Ambiente simples, aconchegante e discreto.
Convidei Mme M.L. e Mme L..
Havia reservado uma mesa por ser o local pequeno e concorrido.
Ao nosso lado um alegre grupo de dirigentes da Câmara de Comércio França-Brasil. Havia musica ambiente. Tão discreta quanto agradável, como convém.
O cardápio já estava definido para homenagear a data nacional da França composto assim, pela ordem:
Entrée
Mini sanduiche Baudelaire (que vem a ser pão preto com mostarda Dijon e Shitaki na manteiga temperada) sobre salada verde, tomates cereja, gergelim e azeite aromatizado.
Plat
Confit de Carnad (pato confitado), com purê misto de batatas, ervilhas tortas e abobrinhas refogadas com azeite da casa.
Dessert
Creme Brûlée de baunilha do Egito e Verrine de mousse de chocolate com frutas vermelhas.
E, vieram cadenciados, numa ordem alegre. A cada momento minhas convidadas manifestavam cada vez mais contentamento.
Nos foi oferecido o vinho argentino Alfredo Roca, pinot noir, de qualidade insuspeita.
Mme L. não conteve a alegria em saborear os alimentos. Da mesma forma que Mme.ML.
Para mim não foi surpresa. A habilidade das chefs Andréa Durek e Roberta Ribas surpreendem pela correção, delicadeza e combinação correta dos alimentos.

-O que tem de tão especial nesse creme Brûlée que nos foi servido, indaguei, já me preparando para pagar a conta e sair.

-Acrescentei favas de baunilhas do Egito, que me foram trazidas por um atencioso aluno, disse, Andréa.

O Café Babette tem dessas coisas...

Serviço:
Café Babette - Aliança Francesa
Rua Prudente de Moraes, 1101
80.430-220
Fone 3205-0955
Curitiba - Paraná
Enfrento um grande desafio em Curitiba.

Onde encontrar uma pizza coberta com gorgonzola nas segundas-feiras, depois das 23 horas?

É uma tarefa quase impossível.

Por que digo isso curioso leitor?

Porque é nas segundas-feiras que me encontro com alguns dos mais afinados e profundos conhecedores dos segredos dos... gorgonzolas.

E, frequentemente nos despedimos, depois de consumirmos algumas comidas por aí, com a nítida impressão que os comerciantes de pizzas da nossa cidade não nos querem ver felizes.

Havia, há alguns anos atrás um bom pizzaiolo que nos aguardava próximo do horário usual com aquela preciosidade. Honesta, quentinha, crocante com a atração principal levemente derretida e gosto que dava prazer para a língua.

Depois fechou.

Chamava-se Salão Italiano e ficava na rua Padre Germano Mayer.

Apelidamos de "ladrão italiano" porque dividíamos a conta e, independente do volume de consumo de comidas e bebidas, o valor era sempre o mesmo.

Acima do esperado.

Mas pagávamos com prazer porque a pizza era honesta e o gorgonzola era importado.

Rememorei esse fato porque hoje não consigo encontrar uma simples pizza coberta com esse queijo requintado que tanto dá alegria para o corpo e para o espirito.

O queijo gorgonzola - neófito leitor - possui massa crua, de cor amarelo pálido com veios azuis, e maturação com duração de três a quatro meses. Após a confecção ele é embalado em unidades de seis a 12 quilos, em folhas de alumínio ou estanho.

Por sua cremosidade, ocupa uma categoria especial entre os queijos "azuis".

Originário de Gorgonzola que fica a 19 quilômetros de Milão, na Itália, hoje é manufaturado em toda a Lombardia, principalmente em Bergamo, Cremona, Milão e Pavia.

É um dos grandes queijos gastronômicos do mundo e vem sendo exportado pelos produtores italianos desde 1870.

Continuo em busca desse prazer e quando encontrar contarei para vocês com grande alegria.



Barulhos!!! Ah, os barulhos...

Tiram a tranquilidade de qualquer cidadão honesto, trabalhador, chefe de família e... assaltantes.

Há diversos.

Os mais comuns são os latidos. Aqueles que não tem hora para acontecer. E, agora preservados pelos seus "donos".

"Não incomode meu cachorro. Ele está manifestando um sentimento de propriedade. Deixe ele latir, senão terei que levá-lo a um psicólogo", disse-me uma zelosa mas desequilibrada proprietária de um odioso animal inquieto.
Diante de tão absurda afirmação, me preocupei.
- As coisas estão mudando, pensei.
Terei que suportar os diversos e constantes latidos sem ao menos ter com quem dividir tal incômodo.
O 156 da prefeitura não acolhe mais tais reclamos.
Chego à conclusão que são até suportáveis diante de outros.
Há os alarmes residenciais e de automóveis.
Estes sim. São tão ineficientes quanto as reclamações pelo telemarketing.
Os alarmes anti furtos não funcionam para o que se propõem.
Servem apenas para incomodar vizinhos.
Fazem barulhos tão estridentes que chega-se a ouví-los à quilómetros de distância.
E, no entanto, ocupam apenas os sensíveis ouvidos dos despreocupados cidadãos.

Há outros mais.

Os barulhos dos cortadores de grama, dos cortadores de árvores, das construtoras. Dos motores desregulados nas oficinas mecânicas. Do apito do trem às 23 horas e às 06 horas.
Há ainda o barulho insuportável do auto falante do "carro do sonho".
Na minha rua passa duas vezes por dia.
Quando saio encontro-o em outros bairros.
É uma feroz perseguição dele em busca de meus sensíveis ouvidos.
Queira me desculpar pelo excessivo barulho que estou lhe causando, atento(a) leitor(a), mas é um desabafo pelos altos decibéis desses feriados prolongados.
Tentando fugir dos barulhos como fazem os assaltantes, fui em busca de um lugar onde pudesse, ao menos comer algo simples, gostoso, barato e,... em silêncio.
Cheguei no Au Au Lanches do Cabral, tradicional casa de sanduíches da cidade, onde haviam me recomendado saladas e sorvetes.
Caminhei por entre as mesas buscando sossego.
Depois de passar por algumas com crianças em férias, me acomodei na mesa 9, ao lado de três jovens falantes e risonhas.
Após uma breve leitura pelo cardápio preferi um sanduíche normal com folhas verdes, tomates, hamburger e alguns molhos para complementar. E refrigerantes.
- Inclua bacons, b a c o n s  falei para a atendente, antes que pudesse me dar as costas.
Mme M.L.,, que me acompanhava solicitou um tradicional Au Au duplo Especial, que consiste em pão especial, duas salsichas da marca Sadia, maionese, queijo ralado, batata palha, salada, mostarda, molho de tomate...
Olhei meio assustado para aquele pitoresco pedido e, como se  ela estivesse lendo meus pensamentos, disse:
- Não se preocupe. É um desejo de infância que realizo raramente.
- Humm...(resmunguei)
Vieram em seguida e foram avidamente consumidos.
Tentei abordar amenidades carnavalescas.
Não obtive êxito.
Algo me incomodava, impedindo minha contumaz gentileza e atenção com Mme M.L..
Descobri, por um lapso de raciocínio, que a música altíssima do ambiente impedia o extravasar de minha alegria.
Paguei a conta.
Algum tempo depois ainda estava com forte zumbido nos ouvidos.
SERVIÇO:
Au Au Laches - Cabral
Avenida Munhoz da Rocha, 770
Fone (041) 3092-8747
Aceita todos os cartões.